É com um otimismo moderado que o Conselho das Finanças Públicas atualiza as previsões de crescimento para a economia portuguesa até 2020.
O défice vai continuar a baixar em 2019, mas não há dúvidas quanto ao abrandamento económico. Com as melhorias no consumo a serem, claramente, “apagadas” por menos investimento e exportações.
Na segunda edição de 2018 do relatório “Finanças Públicas: Situação e Condicionantes 2018-2022 (Atualização)”, a instituição liderada por Teodora Cardoso atualiza as previsões feitas em março.
Do lado das finanças públicas, “a atual projeção considera um défice para a 2018 de 0,5% do PIB [Produto Interno Bruto] inferior ao estimado em março deste ano (de 0,7%), determinando um ponto de partida mais favorável para os desenvolvimentos orçamentais de médio prazo.”
Diz o Conselho que sem medidas políticas, o défice acabará por chegar a 0,2% do PIB em 2019. O que significará uma melhoria de 0,3 p.p. face a 2018.
Mas num cenário de políticas invariantes, a partir de 2020, a projeção aponta “para uma melhoria menos expressiva do défice do que a apresentada no exercício de março, antecipando um excedente orçamental apenas em 2021.”
No que se refere à evolução da economia, “as projeções mantêm a perspetiva de abrandamento progressivo do ritmo de crescimento da economia portuguesa no médio prazo (2,2% este ano, 2% em 2019, 1,7% em 2020 e 1,6% no último anos de projeção).” Face a março, a melhoria é mesmo no crescimento de 2019, antes projetado em 1,9%.
Mas ressalva a instituição a composição do crescimento é diferente em 2018, “projetando-se uma transição para uma dinâmica de crescimento mais apoiado no consumo, sendo o impacto no PIB desta aceleração neutralizado pelos efeitos negativos do abrandamento do investimento e das exportações.”
Quanto à dívida pública, a expetativa é de uma trajetória descendente do rácio face ao PIB, que deverá passar dos 125,7% do PIB em 2017 para 106,1% do PIB em 2022.