Portugal deve crescer 2,3% este ano e baixar défice, mas os riscos estão lá - TVI

Portugal deve crescer 2,3% este ano e baixar défice, mas os riscos estão lá

Boletim Económico do Banco de Portugal revela que a instituição está preocupada com o travão que se sente no investimento e nas exportações

É um "nim" ao otimismo do Governo o Boletim de Outono do Banco de Portugal. A instituição liderada por Carlos Costa diz que o investimento e as exportações estão a abrandar, e muito. Quanto ao défice, o banco central admite que a meta para este ano pode ser atingida, mas ....

E sobre o défice, a meta do Governo é fechar 2018 nos 0,7% do Produto Interno Bruto (PIB). Um objetivo possível, diz o Banco de Portugal, mas há riscos. Um deles é a garantia estatal ao BPP, que pode não ser recuperada integralmente este ano. Em causa estão 377 milhões de euros, que já deviam ter regressado às mãos do Estado no ano passado e que podem ainda não chegar em 2018.

Já do lado das despesas, o banco alerta que o impacto do pagamento dos subsídios de Natal e do aumento extraordinário das pensões que ocorreu em agosto, concentrado na segunda metade do ano. Para não falar do efeito do descongelamento das carreiras, que se estende até ao final do ano.

Sobre o crescimento, o Boletim de Outono mantém a previsão para este ano os 2,3%, em linha com o Governo e o Fundo Monetário Internacional.

O grande alerta, já apontado, por exemplo, pelo Conselho das Finanças Públicas, é que o investimento e as exportações estão a abrandar muito mais do que se esperava a instituição liderada por Carlos Costa.

O Banco de Portugal prevê que o investimento das empresas trave a fundo, crescendo apenas 3,9% este ano, depois de ter crescido mais de 9% no ano passado. Já as exportações, deverão subir 5%, abaixo dos 7,8% de 2017.

A acelerar, só o consumo privado. As famílias estão mais confiantes, o acesso ao crédito está mais fácil e os salários estão a subir. Também porque o desemprego é cada vez menor, o Banco de Portugal prevê que fique nos 7% este ano. A confirmar-se é o valor mais baixo dos últimos 14 anos.

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