Lone Star convida parceiros portugueses a comprar Novo Banco - TVI

Lone Star convida parceiros portugueses a comprar Novo Banco

Fundo norte-americano é atualmente o melhor colocado para adquirir o antigo BES. E está a contactar empresas nacionais para entrarem no negócio, tornando-se acionistas

Houve sondagens prévias e agora, alguns grupos industriais estão a receber uma carta, a que a TVI teve acesso, em que o fundo norte-americano tenta aferir do interesse dos mesmos em participar no processo de aquisição do Novo Banco.

A TVI sabe também que cerca de meia dúzia de empresas foram convidadas a participar no capital do antigo BES. Entre as quais estão os grupos Amorim, Sonae, Jerónimo Martins.

Os contatos incluem também o grupo Violas, que recentemente desinvestiu no BPI, tendo sido dado como alinhado da Apollo, outro fundo norte-americano, na corrida à compra do Novo Banco.

Além dos contatos já efetuados pelo fundo Lone Star, com alguns dos grupos empresariais portugueses de referência, a TVI apurou que o leque de convites pode alargar-se a outros potenciais interessados.

Estratégia anunciada

A carta convite aos investidores, que TVI conheceu em primeira mão, traça também a estratégia desenhada pelo fundo Lone Star para o futuro do Novo Banco.

Primeiro, o Lone Star compromete-se a manter o Novo Banco como um todo. E focado no tecido empresarial.

O plano prevê a concessão de seis mil milhões de euros de crédito por ano a empresas portuguesas, dos quais quatro mil milhões destinados a pequenas e médias empresas (PME).

Por outro lado, pretende reduzir as áreas não relacionadas com a atividade bancária, dando como exemplo o parcelamento para venda imediata de um terreno nas Amoreiras, em Lisboa.

Reduzir a presença internacional do banco é outra linha do plano, o que irá ao encontro das exigências de Bruxelas. Ainda assim, é destacado que a operação em Espanha será para manter.

 

OPA, a seu tempo

A intenção anunciada pelo fundo Lone Star, sabe a TVI, é a de dispersar a seu tempo o capital na bolsa de Lisboa, através de uma operação pública de aquisição (OPA). Mas isto, só após a reestruturação do banco.

Por fim o fundo norte-americano assegura que irá manter-se como acionista do Novo Banco por vários anos, entre oito a dez. Ou seja, o tempo para reestruturar a instituição atualmente liderada por António Ramalho.

O mega fundo imobiliário tem já no seu currículo a compra de seis bancos a nível mundial.

O seu modo de operar tem passado por comprar barato, reestruturar, tornar a instituição lucrativa e vender num período máximo de uma década.

Apesar de estar a procurar acionistas privados, o Lone Star está a negociar com o Governo e com o Banco de Portugal para que o fundo de resolução, atual dono da instituição fique com uma posição à volta dos 25%.

Este ponto será uma alternativa de compromisso por deixar cair a exigência de uma garantia do Estado, recusada pelo Governo.

Continue a ler esta notícia