Isabel Camarinha: "Saímos deste congresso fortalecidos" - TVI

Isabel Camarinha: "Saímos deste congresso fortalecidos"

  • CM
  • 15 fev 2020, 21:00

Nova secretária-geral da CGTP prometeu “intensificar a ação reivindicativa e a luta” para concretizar as prioridades da central sindical, como o aumento dos salários

A secretária-geral da CGTP, Isabel Camarinha, considerou, este sábado, que a Intersindical saiu fortalecida do congresso que terminou esta tarde no Seixal e com abertura para dinamizar a unidade na ação e intensificar a luta pelos direitos dos trabalhadores.

Saímos deste congresso fortalecidos, com grande e genuína abertura para dinamizar a unidade na ação, com todos os que trabalham no nosso país, sejam eles de que nacionalidade forem, tenham que credo religioso tenham e mesmo os que não têm nenhum, votem em que partido votarem”, afirmou a nova líder da CGTP no encerramento do XIV Congresso da Intersindical que a elegeu como secretária-geral.

Isabel Camarinha prometeu “intensificar a ação reivindicativa e a luta” para concretizar as prioridades da CGTP, como o aumento dos salários, considerando que as opções do Governo no Orçamento do Estado para 2020 (OE2020) “adiam a resposta aos problemas estruturais do país”.

Apesar de admitir que houve a inclusão de “medidas positivas” durante a discussão na especialidade do OE2020, a líder da intersindical sublinhou, contudo, que essas medidas vão exigir “ação e luta para que se concretizem”.

A líder sindical avisou que a CGTP não se vai “acomodar” no que respeita às normas "gravosas" da legislação laboral e que o Governo pode contar com “toda a determinação” dos trabalhadores nesse combate.

Contem, isso sim, com a nossa luta, com a nossa mobilização, com o nosso inconformismo, que dão suporte a esta confiança na mudança possível e necessária”, afirmou Isabel Camarinha, arrancando fortes aplausos dos congressistas.

Sobre o acordo de competitividade e rendimentos que está a ser discutido na Concertação Social, a nova secretária-geral considerou que “é mais um pacote de mundos e fundos para as empresas, um conjunto de regras vagas com o objetivo de garantir ao patronato a contenção salarial”.

Isabel Camarinha estará pela primeira vez na Concertação Social na segunda-feira, que vai reunir os parceiros sociais no âmbito da preparação do Conselho Europeu extraordinário.

A nova líder sindical foi eleita secretária-geral da CGTP com 115 votos favoráveis que recebeu dos 147 elementos do Conselho Nacional da central sindical.

A eleição foi realizada durante a madrugada, após a eleição do Conselho Nacional, no âmbito do XIV Congresso da CGTP, que decorreu durante dois dias no Seixal.

A nova líder da maior central sindical do país recebeu ainda 25 votos brancos e um nulo.

Foi ainda eleita a nova comissão executiva da CGTP, com 134 votos a favor e nove brancos.

Congresso aprova carta reivindicativa e promete intensificar luta

O congresso da CGTP aprovou hoje por unanimidade a carta reivindicativa para os próximos quatro anos, em que reafirma a “intensificação da luta” pelo aumento dos salários e pela redução do horário para as 35 horas, entre outras matérias.

O documento foi aprovado durante o XIV congresso da CGTP, que começou na sexta-feira e terminou hoje na Arrentela, Seixal, distrito de Setúbal.

Na carta, cujas reivindicações vão vigorar durante o primeiro e único mandato da nova líder da CGTP, Isabel Camarinha, a central sindical exige “a intensificação da ação e da luta reivindicativa” pela atualização dos salários em 90 euros em 2020 e pela fixação do salário mínimo, “a curto prazo”, nos 850 euros.

A redução do período normal de trabalho para as 35 horas semanais e o combate à “desregulação” dos horários laborais, nomeadamente os bancos de horas e os regimes de adaptabilidade, são outras das reivindicações.

Do documento aprovado hoje consta ainda o combate à precariedade e, neste âmbito, os congressistas exigem, entre outros pontos, o fim do alargamento do período experimental de 90 para 180 dias para jovens à procura do primeiro emprego e desempregados de longa duração, uma das últimas alterações à legislação laboral.

Segundo a CGTP, o país “continua a ter a marca da política de direita, particularmente clara na legislação laboral, em que se mantém a caducidade e várias outras normas gravosas como a subversão do princípio do tratamento mais favorável”, ou seja, normas “lesivas dos interesses dos trabalhadores”.

No congresso foram também aprovadas seis moções, uma das quais apela "à participação massiva dos trabalhadores" nas comemorações do 25 de Abril e nas manifestações do 1.º de Maio que a CGTP vai organizar em todo o país.

Também tiveram aprovação duas resoluções em que se apela ao reforço da sindicalização, definindo como meta 120 mil novas sindicalizações nos próximos quatro anos.

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