Bruxelas vai mesmo propor sanções a Portugal e Espanha - TVI

Bruxelas vai mesmo propor sanções a Portugal e Espanha

O veredicto chegará a 5 de julho e que a Comissão Europeia irá recomendar ao Conselho Europeu multa até 0,2% do PIB e suspensão temporária dos fundos europeus

A Comissão Europeia vai mesmo propor sanções a Portugal e a Espanha pelo incumprimento das metas do défice em 2015. A informação foi confirmada pela TVI junto de fontes europeias, depois do jornal francês Le Monde ter avançado com a notícia esta manhã. O veredicto de Bruxelas deverá chegar no dia 5 de julho, mas recomendações ao Conselho Europeu vão no sentido de uma multa que pode ir até 0,2% do Produto Interno Bruto de cada um dos países e, ainda, uma suspensão temporária dos fundos europeus.

Em plena onda de choque do Brexit, tal decisão poderá afetar ainda mais os dois países. Na economia, as consequências serão a prazo. 

Nos mercados, a queda livre fez-se sentir assim que os resultados do referendo foram conhecidos. A última sexta-feira foi uma "sessão negra" na Bolsa de Lisboa, que perdeu 3,4 mil milhões de euros. O PSI20 continua hoje na mesma maré negativa, dia em que já atingiu o valor mais baixo, em pontos, dos últimos 30 anos.

Embora a Comissão Europeia possa fazer essa recomendação, é o Conselho Europeu que tem a palavra final. 

Um filme em suspense desde maio

Em maio, o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, disse que as sanções eram "claramente uma possibilidade", vendo razões sérias para punir Madrid e Lisboa.

Apesar disso, Bruxelas fechou os olhos (pelo menos aparentemente) e adiou a avaliação por dois meses, avisando que, até julho, o Governo teria que pôr mãos à obra para convencer a Comissão da "injustiça" da aplicação de sanções, como foi considerada por Maria Luís Albuquerque, ex-ministra das Finanças, que esteve a maior parte do ano de 2015 no cargo responsável pelas contas públicas.

O líder do PSD e ex-primeiro-ministro, Passos Coelho, defendeu que o Governo atual podia "persuadir" a Comissão Europeia de que vai "cumprir metas".

O primeiro-ministro, António Costa, que entrou em funções no final de novembro de 2015, admitiu bater-se contra Bruxelas caso Portugal viesse mesmo a ser sancionado. O ministro das Finanças desvalorizou a ameaça. Tudo isto em maio.

Já em junho, Mário Centeno quis realçar os dados orçamentais deste ano, dando conta de que 2016 é "o ano da melhor execução orçamental da ultima década e meia", vendo com isso uma luz ao fundo do túnel para o país escapar às sanções.

Também o Presidente da República interveio e até foi à Alemanha. Da chanceler Angela Merkel, recebeu palavras de compreensão.

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