Moody's: “Perda da maioria absoluta complica os esforços de reformas” - TVI

Moody's: “Perda da maioria absoluta complica os esforços de reformas”

Moody`s - EPA/ANDREW GOMBERT

Agência espera que o PIB em 2015 e 2016 cresça apenas a taxas moderadas de 1,7% e 1,8%, repetivamente

A perda da maioria absoluta pelo governo de coligação vai tornar difícil Portugal implementar mais reformas estruturais, segundo a agência de notação financeira Moody's, que alerta para o moderado crescimento da economia portuguesa.

"Enquanto que a re-eleição do Governo se espera assegure um foco contínuo no processo de consolidação orçamental, a perda da anterior maioria absoluta provavelmente complicará a implementação de mais reformas estruturais"


 A agência de notação adianta ainda que "um primeiro teste para o novo Governo será a apresentação e aprovação do Orçamento de 2016", recordando que o Governo tem de apresentar as linhas gerais à Comissão Europeia até 15 de Outubro e chegar o orçamento final aprovado no Parlamento antes do fim do ano.

O Programa de Estabilidade apresentado em Abril prevê que Portugal reduza o défice público para 1,8% do PIB em 2016, contra o objetivo de 2,7% do PIB em 2015.

O défice público português relativo a 2014 foi recentemente revisto em alta para 7,2% do PIB, dado ter sido penalizado pela injeção de 4.900 milhões de euros de fundos públicos na capitalização do Novo Banco.

A Moody's destaca que o Governo tem sido materialmente bem sucedido na redução do défice orçamental,  pois conseguiu cortá-lo do 'pico' de 11,2% do PIB em 2010 para um défice subjacente 4,4% em 2014.
 

"Acreditamos que a recuperação cíclica da economia portuguesa não será ser suficientemente forte para que se atinja a meta de 2016 e esperamos um défice mais elevado de 2,8% do PIB, como resultado"

 
O documento adianta ainda que não é claro se o Governo e o PS serão capazes de chegar a acordo sobre uma reforma do sistema público de pensões, que o Executivo queria fazer em 2016.
 

"Tal reforma seria uma medida positiva e significativa, pelo seu impacto orçamental e também como uma indicação de que as autoridades portuguesas continuariam comprometidas com reformas estruturais e melhorias orçamentais permanentes"

 
A agência espera que o PIB em 2015 e 2016 cresça apenas a taxas moderadas de 1,7% e 1,8%, respectivamente.
Continue a ler esta notícia