Doze voos da Ryanair cancelados em Lisboa, Porto e Faro - TVI

Doze voos da Ryanair cancelados em Lisboa, Porto e Faro

Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil acusa a empresa de substituir novamente grevistas por tripulação de bases estrangeiras

Doze voos da Ryanair foram cancelados até às 11:30, no último dia de greve dos tripulantes de cabine das bases portuguesas da companhia, segundo o sindicato, que acusa a empresa de substituir novamente grevistas por tripulação de bases estrangeiras.

São 12 voos cancelados em 25 partidas”, explicou à TVI Bruno Fialho, do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), acrescentando que tinham sido cancelados seis voos no Porto, quatro em Faro e dois em Lisboa.

Ao início da manhã, Luciana Passo, presidente da SNPVAC, tinha afirmado que, "mais uma vez", a companhia aérea irlandesa de baixo custo usou aviões que estavam estacionados em Portugal para ir buscar tripulação a outras bases.

“Os aviões estacionados em Portugal saíram sem passageiros outra vez e foram a outras bases da Ryanair buscar tripulantes para voltarem com algumas horas de atraso e, mais uma vez, haver substituição de tripulantes em greve”, explicou.

Os tripulantes de cabine das bases portuguesas da Ryanair cumprem hoje o terceiro e último dos três dias de greve não consecutivos para reivindicar a aplicação da lei nacional.

A paralisação foi marcada pelo Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil, que tem denunciado a substituição ilegal de grevistas por trabalhadores de bases estrangeiras, o que levou a Autoridade para as Condições de Trabalho a anunciar uma inspeção.

A greve de três dias (não consecutivos) visa exigir que a transportadora de baixo custo irlandesa aplique a legislação nacional, nomeadamente em termos de gozo da licença de parentalidade, garantia de ordenado mínimo e a retirada de processos disciplinares por motivo de baixas médicas ou vendas a bordo abaixo das metas da empresa.

Na terça-feira, em comunicado, a Ryanair afirmou que pretende “operar o horário completo, se necessário com recurso a aeronaves e tripulação de cabine de outras bases fora de Portugal”, uma posição que o sindicado classificou como um “anúncio despudorado”.

Na sequência da posição da companhia aérea, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, advertiu a Ryanair para cumprir a legislação laboral portuguesa, considerando que esta não pode substituir trabalhadores em greve por outros funcionários.

Sei que na Ryanair se coloca a questão de saber, na legislação do contrato de trabalho, qual é a lei aplicável. Agora, não há nenhuma dúvida de que a lei da greve portuguesa se aplica imediatamente", considerou Augusto Santos Silva na terça-feira, numa audição na Comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas, no parlamento, em Lisboa.

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