Lesados dos fogos querem 100 milhões no Orçamento do Estado - TVI

Lesados dos fogos querem 100 milhões no Orçamento do Estado

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  • 22 out 2018, 15:27
Incêndio

Movimento de Apoio às Vítimas dos Incêndios de Midões defende que Governo deveria alocar verba para ajudar regiões afetadas, uma vez que houve 30 mil declarações de prejuízos, mas apenas 25 mil receberam apoios

O Movimento de Apoio às Vítimas dos Incêndios de Midões defendeu hoje a inclusão de 100 milhões de euros no Orçamento do Estado para ajudar a recuperar agricultura, floresta e habitações afetadas pelos fogos de outubro de 2017.

O líder do Movimento de Apoio às Vítimas dos Incêndios de Midões (MAAVIM), Fernando Tavares Pereira, defendeu hoje, em Coimbra, que o Governo deveria alocar uma verba de 100 milhões de euros no Orçamento do Estado para 2019, por forma a ajudar a recuperar as regiões afetadas pelos incêndios de 2017.

Já é tarde, mas ainda viria a tempo de poder ajudar a que a economia do interior pudesse vir a ter alguma vida diferente da que tem", afirmou o responsável, que falava aos jornalistas numa conferência de imprensa, em Coimbra.

Na conferência, Fernando Tavares Pereira voltou a exigir ao Governo para que reabra as candidaturas aos apoios na agricultura, considerando que há milhares de produtores que ficaram de fora das ajudas estipuladas pelo Estado.

Segundo a MAAVIM, houve 30 mil declarações de prejuízos, mas apenas 25 mil receberam apoios.

Para o movimento de vítimas, tal deve-se ao facto de, a 18 de novembro de 2017, o Governo ter anunciado uma alteração no apoio simplificado, alterando os procedimentos de candidaturas e anulando todos os processos que já tinham sido apresentados, "conferindo apenas nove dias úteis para a apresentação de novas candidaturas em substituição das apresentadas".

Para além dessa questão, o movimento voltou a alertar para outros problemas nos apoios à agricultura, que também têm sido relatados por produtores à agência Lusa, nomeadamente a atribuição de valores abaixo do preço de mercado por material que necessita de ser reposto, o que leva a que candidaturas possam chegar a ter "cortes de 70%".

A MAAVIM não está sozinha. Presidentes de Câmara e deputados estão ao lado da MAAVIM, que continua a dar voz a todos os que nada receberam", frisou Fernando Tavares Pereira, aludindo também à recomendação aprovada na Assembleia da República para a reabertura das candidaturas, que "o ministro da Agricultura [Luís Capoulas Santos] não acatou".

Luís Brito, produtor afetado do concelho de Oliveira do Hospital, também presente na conferência de imprensa, acusou o Ministério da Agricultura de agir "de má fé", sublinhando que as pessoas "foram esquecidas e abandonadas".

A justiça tem que ser reposta. É uma região muito grande, foram 200 mil hectares que arderam quase de forma contínua e o ministro abandonou-nos completamente", realçou.

Os incêndios de outubro de 2017, que atingiram sobretudo a região Centro, provocaram pelo menos 50 mortos, além da destruição de centenas de casas, empresas, infraestruturas e vasta área florestal.

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