Macedo herda "plano bastante robusto" para a Caixa - TVI

Macedo herda "plano bastante robusto" para a Caixa

Na primeira visita que fez aos trabalhadores do banco público, Paulo Macedo elogiou o plano de recapitalização deixado pelo seu antecessor, António Domingues. Quer regressar aos lucros, mas este ano o resultado final deverá ser ainda de prejuízos

O novo presidente da Caixa Geral de Depósitos não se compromete com o valor de capital que o banco público vai necessitar. Dois dias depois de ter tomado posse, Paulo Macedo foi visitar os trabalhadores do banco público. Preocupado em recuperar a imagem do banco público, macedo diz que o plano de recapitalização feito por António Domingues é bom e é para ser cumprido.

Parece-me um plano bastante robusto, um plano que já foi aprovado, submetido, divulgado e partilhado com diversos ‘stakeholders’ [interessados] e nesse sentido estamos confiantes de que é um bom plano para a Caixa”.

O plano de reestruturação deixado por António Domingues prevê necessidades de capital de mais de 5 mil milhões de euros, rescisões com mais de 2 mil funcionários e encerramento de balcões. "Em dois dias, não consigo garantir absolutamente nada", respondeu aos jornalistas sobre se essas necessidades de capital serão ou não suficientes.

O gestor disse ainda que a nova Comissão Executiva da CGD ainda irá fazer uma avaliação mais aprofundada sobre o plano desenhado para a Caixa. Mas considerou desde já que é importante cumprir aquilo que foi acordado com as autoridades europeias, nomeadamente a Direção-Geral da Concorrência da Comissão Europeia, considerando que aumentará a "solidez" do banco público e reforçará a confiança de depositantes e restantes clientes.

Macedo quer pôr a caixa de novo a dar lucro, mas este ano o resultado final deverá ser ainda de prejuízos.

No seu primeiro dia à frente a instituição, Macedo enviou uma carta aos trabalhadores com algumas mensagens para este novo capítulo que se abre, com a CGD a viver um período conturbado, depois de várias administrações num só ano. 

Nessa missiva, também assinada pelo chairman Rui Vilar, escreveu, preto no branco, sem rodeios, a "grande responsabilidade" que têm pela frente. 

Se falharmos, dificilmente nos será dada outra oportunidade equivalente". 

A lista de devedores

A comissão de inquérito que está a decorrer no parlamento exigiu que o banco público entregasse a lista dos maiores devedores, mas a Caixa recorreu da decisão: "Não há recusa em entregar lista de credores, há direito de reserva", argumentou o administrador.

Em dois dias como presidente, já demitiu dois administradores da equipa de António Domingues. O novo presidente diz que os gestores podem continuar no banco público mas noutras funções.

Paulo Macedo confirmou, por outro lado, o convite ao ex-diretor de supervisão do Banco de Portugal Carlos Albuquerque para integrar a nova administração do banco público. “Confirmo que há um convite e que terá de ser sujeito a todos os procedimentos”.

O gestor disse que Carlos Albuquerque – que foi em 2014 para a supervisão do Banco de Portugal desde o BCP – terá ainda de passar por um período de transição (ou de nojo, antes de assumir novas funções) e que ainda falta ter as necessárias aprovações (nomeadamente do Banco Central Europeu) antes de regressar a um banco comercial.

A visita do novo líder da Caixa decorreu na agência das Amoreiras, em Lisboa, e durou cerca de 40 minutos.

 

 

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