Antiga residência oficial do presidente da Câmara de Lisboa pode ser alugada por turistas - TVI

Antiga residência oficial do presidente da Câmara de Lisboa pode ser alugada por turistas

  • AR - atualizada às 16:30
  • 22 out 2018, 14:57

Casa do Presidente da Villa, localizada na Estrada do Penedo, na Ajuda, disponível para alojamento local desde agosto deste ano. Autarquia esclarece que o imóvel já não é residência oficial há vários anos e que recebe 2.600 euros por mês pela concessão

A antiga residência oficial do presidente da Câmara de Lisboa está disponível para alojamento local num site de reservas turísticas, sendo que a licença de utilização é da empresa MCO II, que também gere outros espaços públicos em Lisboa.

A Casa do Presidente da Villa, localizada na Estrada do Penedo, na Ajuda, em pleno parque florestal de Monsanto, está, segundo informação do site Booking, disponível para alojamento desde agosto deste ano.

A Lusa contactou a Câmara Municipal de Lisboa e a empresa MCO II para obter detalhes sobre a concessão do espaço, mas, até ao momento, ainda não obteve resposta.

A licença do Registo Nacional de Alojamento Local pertence à empresa MCO II, que gere, entre outros espaços, o Mercado de Campo de Ourique. É também esta empresa que ficou com a concessão do Moinho do Penedo e a Quinta da Pimenteira, ambos em Monsanto, através de um concurso lançado pelo município lisboeta em 2014, conforme uma notícia do jornal Público de 2015.

A Casa do Presidente foi morada de Pedro Santana Lopes, quando este assumiu a presidência da autarquia em 2002, um imóvel inaugurado em 1989 por Krus Abecassis, mas que até então não tinha sido utilizada.

Anos mais tarde, quando presidia à autarquia, António Costa, chegou também a utilizar a residência.

No site Booking, a Casa do Presidente é caracterizada como uma propriedade construída em 1920 e que oferece acomodações com terraço. Uma noite pode rondar mais de 800 euros, segundo uma simulação feita pela agência Lusa, para o dia 23 de outubro.

A villa dispõe de quatro quartos, sala de estar, área para refeições e cozinha bem equipada com lava-louças. A villa também oferece TV de tela plana, máquina de lavar roupa e banheiro com banheira e chuveiro. Um café da manhã continental é servido diariamente na propriedade”, pode ler-se ainda no site.

Segundo a descrição, a villa oferece ainda uma piscina ao ar livre e tem jardim e ‘lounge’ compartilhados “onde você pode também relaxar”.

"Presidente da Câmara não tem residência oficial"

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa esclareceu hoje que residência oficial é um “nome histórico” que ficou atribuído à Casa do Presidente da Villa, apontando que o edifício está concessionado porque perdeu esse estatuto.

Questionado à margem de uma sessão de esclarecimentos sobre medidas para conter o alojamento local nos bairros históricos da capital, Fernando Medina (PS) esclareceu que “o presidente da Câmara não tem residência oficial”.

Segundo o autarca, “esse é o nome histórico que ficou atribuído a um edifício no parque de Monsanto e que há largos anos não tem esse estatuto. Isso não existe, a lei, aliás, não o permite”.

Medina explicou então que, “há alguns anos”, o município “fez a atribuição de uma concessão para a exploração do espaço, que estava fechado, porque não era residência do presidente da Câmara, nem iria ser mais, para a utilização desse espaço, e é nesse âmbito que essa operação se desenvolveu”.

O presidente referiu também que o imóvel municipal estava a degradar-se e que, na sequência do contrato, foram feitas obras. Uma informação dada pelo autarca e que a Câmara Municipal de Lisboa reforçou oficialmente, esta segunda-feira à tarde, em comunicado enviado às redações.

O custo de reabilitação dos edifícios objeto da concessão foi de 3 milhões e 760 mil euros, a suportar integralmente pelo concessionário, ficando este sujeito ainda ao pagamento de uma renda mensal de 2600 euros, acrescidos de IVA, durante os 25 anos previstos no contrato", lê-se no comunicado. "Terminado o prazo da concessão, todo o património, já reabilitado, permanecerá propriedade do Município de Lisboa, que não quis abdicar desse património".

 

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