"Se eu fosse ministra das Finanças" - TVI

"Se eu fosse ministra das Finanças"

Podia ser uma promessa eleitoral, mas com uma maioria de esquerda no Parlamento e eleições legislativas longe do horizonte, as declarações de Maria Luís Albuquerque são apenas uma hipótese que se transforma em aviso para António Costa: ou mudam de políticas ou o país vai mesmo ser penalizado

Do que fez o país já sabe, do que faria o país ficou agora a saber.

Se eu fosse ministra das Finanças estas questões seguramente não se colocavam". 

Maria Luís Albuquerque convoca os jornalistas para uma conferência de imprensa e entra no campo das possibilidades. Garante que se o PSD fosse governo nem se estaria a discutir a possibilidade de Portugal ser punido por ultrapassar a meta do défice de 3% em 2015.

Bruxelas está preocupada com o atual Governo e com esta maioria", afirma a antiga ministra das Finanças.

Porém, Maria Luís não é Mário Centeno. Foi reconduzida, depois das eleições de outubro do ano passado, mas o Governo a que pertencia caiu por falta de apoio parlamentar. Hoje, na oposição, é clara ao afirmar que há uma desconfiança a nível europeu em relação ao Governo de António Costa. Se fosse ministra, teria feito tudo de forma mais gradual e deixa um conselho: "Ainda há tempo para dar conforto" à Europa e evitar sanções.

Derrapagem no défice é "incompetência" de Costa

Maria Luís Albuquerque nunca assume meia culpa nas contas do défice português, mesmo estando à frente da pasta das Finanças de janeiro a novembro de 2015. Se há culpado por uma eventual derrapagem é António Costa, nomeado primeiro-ministro a 26 de novembro do ano passado. Mais, se o défice derrapa é por incompetência do Governo PS. Ora, pelas contas da ex-ministra de Passos Coelho, sem Banif, o défice estaria nos 3,1% e não nos 3,2% anunciados, e não acomodar uma diferença de 0,1%, evitando sanções, é pura incompetência de Mário Centeno, já que é um desvio "controlável".

"Não são 15 dias de Governo socialista, são todas as medidas que o Governo, desde que tomou posse, anunciou e fez o Orçamento para 2016 e apresentou o Programa de Estabilidade".

À esquerda, a conversa muda de figura. PCP condena as pressões do exterior e o recurso ao défice como forma de chantagem. O Bloco de Esquerda volta a agitar a bandeira do referendo para evitar as sanções previstas no Tratado Orçamental.

Continue a ler esta notícia