"Primeira Mão": TAP pode despedir mais dois mil trabalhadores, vai cortar salários e reduzir frota - TVI

"Primeira Mão": TAP pode despedir mais dois mil trabalhadores, vai cortar salários e reduzir frota

  • Pedro Santos Guerreiro
  • 26 nov 2020, 20:12

Companhia fechará este ano com prejuízos de quase mil milhões de euros

O plano de reestruturação da TAP está concluído. Ao que a TVI apurou, a companhia aérea pode despedir mais dois mil trabalhadores, cortar em 20% os salários e reduzir a frota em pelo menos 20 aviões. 

Estas informações são avançadas pelo jornalista Pedro Santos Guerreiro na rubrica Primeira Mão. O plano de reestruturação, que vai ser entregue ao Governo nos próximos dias, seguirá depois para a Comissão Europeia, a quem cabe a última palavra. Este plano tem necessariamente de ser apresentado a Bruxelas até 10 de dezembro. 

O ministro das Infraestruturas Pedro Nuno Santos já tinha avisado que o plano de reestruturação da TAP ia ser exigente e muito difícil, e assim será.

No documento que vai ser entregue ao governo, a redução de custos TAP pode implicar despedir mais dois mil trabalhadores, além dos 1600 que saem este ano, contando com saídas ainda por concluir até fim de dezembro. Um corte no pessoal e também nos salários de quem fica, em 20%: ao que a TVI apurou, os cortes nos custos com pessoal serão entre 20% a 30%. Isto numa altura em que, sabe a TVI, a empresa vai fechar o ano com prejuízos de mil milhões de euros e menos dois terços das receitas, que  caíram de 3.300 milhões em 2019 para mil milhões de euros este ano. 

Fornecedores e empresas de leasing também estão na lista dos cortes, com um benefício para a TAP de 1.500 milhões de euros até 2025. A frota da TAP será reduzida em pelo menos 20 aviões. 

A TVI apurou que a empresa vai retomar os voos entre Lisboa e Porto, mas em aviões mais pequenos, para baixar custos, e que a proposta garante que a TAP não vai transformar-se numa "Tapzinha".

Segundo fontes auscultadas pela TVI, a empresa vai fechar este ano com prejuízos próximos dos mil milhões de euros. A quebra nas receitas será de quase dois terços, baixando de 3,3 mil milhões de euros em 2019 para cerca de mil milhões este ano. 

Tudo isto decorre das obrigações impostas por Bruxelas no âmbito do plano de reestruturação: a empresa terá de ter resultados operacionais positivos em 2023, daqui a três anos, e gerar retorno para pagar dívidas em 2025. 

A TAP já recebeu 1.200 milhões de euros de apoio do Estado e o Orçamento do Estado para 2021 prevê a injeção de mais 500 milhões de euros.

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