O rapto, a violação e o homicídio de April Tinsley, de apenas oito anos, chocou o estado norte-americano do Indiana em 1988. Mas só agora, trinta anos depois, o caso foi resolvido e o autor deste crime macabro descoberto.
A menina foi raptada quando caminhava na localidade onde residia, Fort Wayne. O corpo foi encontrado três dias depois, numa área rural a cerca de 30 quilómetros.
A polícia depressa iniciou uma investigação, mas não conseguiu chegar a nenhum suspeito. E dois anos depois, uma mensagem arrepiante surgiu rabiscada numa vedação não muito longe do local onde o corpo tinha sido encontrado.
Eu mater April Marie Tisley e vou matar outra vez", lia-se na mensagem.
Anos depois, várias notas voltaram a deixar Fort Wayne em sobressalto. As mensagens foram deixadas em bicicletas usadas por meninas locais.
Olá querida, estou-te a vigiar. Sou a mesma pessoa que raptou e violou April Tinsley. És a minha próxima vítima", diziam as notas.
Se na altura estes recados só frustraram ainda mais os investigadores, a verdade é que, anos mais tarde, tornaram-se elementos cruciais para a resolução do caso.
É que foi graças aos vestígios de ADN deixados pelo homicida nestas mensagens e no corpo de April que os investigadores conseguiram resolver o caso.
Através da tecnologia de ADN e de uma base de dados genealógicos, as autoridades chegaram a dois suspeitos, dois irmãos que foram mantidos sob vigilância policial. O ADN de um deles - obtido através de preservativos que o homem deixou no lixo - correspondia às provas existentes.
John D. Miller, de 59 anos, foi detido, interrogado e acabou por confessar o crime, no domingo. Esta segunda-feira, foi ouvido numa primeira audiência em tribunal.
Miller está acusado de homicídio em primeiro grau e abuso sexual de crianças, de acordo com o tribunal do condado de Allen. A próxima sessão está marcada para o dia 19 de julho.
Nos últimos tempos, a resolução de casos com várias décadas tem sido possível graças aos avanços das tecnologias de ADN e da genealogia.
Neste caso específico, os investigadores tinham vestígios de ADN mas não conseguiam encontrar o suspeito através das bases de dados nacionais.
Mas o crescimento de empresas ligadas à genealogia, que recolhem perfis de ADN de várias pessoas, tem permitido aos investigadores trabalhar com uma rede de dados familiares cada vez mais alargada.