O oficial de polícia que se entregou em troca da libertação de reféns no ataque terrorista num supermercado no sudoeste de França morreu, anunciou o ministro do Interior francês.
“O tenente-coronel Arnaud Beltrame deixou-nos. Morreu pela pátria. Nunca a França esquecerá o seu heroísmo, a sua bravura, o seu sacrifício”, escreveu na sua conta da rede social Twitter o ministro francês, Gérard Collomb.
“De coração pesado, encaminho o apoio do país inteiro à sua família, aos seus amigos e aos seus companheiros” da polícia, acrescentou.
Le lieutenant-colonel Arnaud Beltrame nous a quittés.
Mort pour la patrie.
Jamais la France n’oubliera son héroïsme, sa bravoure, son sacrifice.
Le coeur lourd, j’adresse le soutien du pays tout entier à sa famille, ses proches et ses compagnons de la @Gendarmerie de l’Aude. pic.twitter.com/I1h8eO7f9a
— Gérard Collomb (@gerardcollomb) 24 de março de 2018
O oficial de 45 anos, casado e sem filhos, foi gravemente ferido pelo autor dos ataques.
No Twitter, a polícia francesa prestou "uma homenagem solene" ao camarada que morreu durante a noite.
"Curvo-me à coragem, ao sentimento de sacrifício e exemplaridade do oficial que deu sua vida pela liberdade dos reféns", pode ler-se na mensagem escrita pelo diretor geral da polícia nacional, o general Richard Lizurey.
#DGGN C'est avec une très vive émotion que je souhaite rendre solennellement hommage à l'héroïsme de notre camarade A.Beltrame décédé cette nuit. Je m'incline devant le courage, le sens du sacrifice et l'exemplarité de cet officier qui a donné sa vie pour la liberté des otages. pic.twitter.com/GnzmXWuFOX
— GendarmerieNationale (@Gendarmerie) 24 de março de 2018
“Merece a admiração da nação"
O presidente francês, Emmanuel Macron, prestou homenagem ao oficial da polícia Arnaud Beltrame, declarando que “caiu como um herói” nos ataques perpetrados sexta-feira no sudoeste de França e merece “a admiração da nação inteira”.
O tenente-coronel Beltrame ofereceu-se em troca da libertação de reféns, dando “provas de uma coragem e de uma abnegação excecionais”, acrescentou Macron em comunicado.
A morte deste oficial eleva para quatro o número de mortos nos ataques levados a cabo na sexta-feira por Redouane Lakdim - um cidadão francês de origem marroquina, de 25 anos, que já tinha sido detido por radicalização islâmica - em Carcassonne e em Trèbes, no sudoeste do país.
O atacante foi abatido a tiro pelas forças da ordem. O Estado Islâmico reivindicou o ataque.