A história de um pedido de socorro: "Ainda estou no Bataclan" - TVI

A história de um pedido de socorro: "Ainda estou no Bataclan"

Ataques em Paris [Reuters]

O relato de Benjamin Cazenoves no Facebook e o qe se sabe do concerto interrompido por uma carnificina

Durante uma hora, Benjamin Cazenoves deixou todos em suspenso. Uma mensagem na sua página do Facebook dava conta do que se passava dentro da sala de concertos Bataclan, em Paris, onde tinha ido assistir à atuação, com lotação esgotada, dos norte-americanos Eagles Of Death Metal.

Com as informações sobre os múltiplos atentados terroristas a deixarem o mundo incrédulo, Benjamin Cazenoves fazia um pedido de socorro de um dos seis locais debaixo de ataque terrorista:




 

“Estou ainda no Bataclan. No primeiro andar. Ferimento grave! Que façam o assalto o mais rapidamente possível. Há sobreviventes no interior. Eles abatem toda a gente. Um a um. Depressa ao primeiro andar!!!!”


Eram cerca das 23 horas em França (mais uma hora do que em Lisboa), quando o pedido de ajuda deixou os amigos deste francês em máxima preocupação e as imagens do seu post a circular em várias redes sociais.

O pedido de ajuda de Benjamin Cazenoves foi replicado em várias línguas, como num apelo global contra o terrorismo que mais uma vez se torna notícia trágica em solo francês.



Cerca de uma hora mais tarde, ainda antes de sabermos que a carnificina tinha, só no Bataclan, feito uma centena de mortos, Benjamim Cazenoves fazia prova de vida numa frase com sete palavras e reticências, que como palavras que não podem ser ditas, fazem antever o inferno que se viveu dentro da sala de espectáculos.




“Vivo. Apenas alguns golpes… Uma carnificina… Os cadáveres por todo o lado.”



A sala de espectáculos Bataclan, que abriu portas pela primeira vez em 1895, e é um dos palcos ecléticos da cidade de Paris. Ficou numa poça de sangue depois de pelo menos três terroristas, de cara destapada, terem entrado a disparar sobre o público com, ao que tudo aponta, metralhadoras Kalashnikov. Primeiro terão morrido cerca de 15 pessoas e depois feitas reféns uma centena. Apesar dos poucos detalhes ainda disponíveis, um a um foi chamado para a morte.
 

Um concerto para os fãs


O concerto dos Eagles of Death Metal estava no início e nas redes sociais existem também várias imagens do concerto dos dois nomes conhecidos do rock de garage norte-americana, Jesse Hughes e Josh Homme, que também é líder de uma das bandas de culto do metal, os Queens of the Stone Age.

No Facebook, a banda dá conta de que está bem, mas teme pelo desfecho de todos os que os acompanhavam para tornar o concerto possível, bem como pelo público dentro da sala. 
 

"Estamos a tentar determinar a segurança e paradeiro da nossa banda. Os nossos pensamentos estão com todos os envolvidos nesta trágica situação".

 

We are still currently trying to determine the safety and whereabouts of all our band and crew. Our thoughts are with all of the people involved in this tragic situation.

Publicado por Eagles Of Death Metal em  Sexta-feira, 13 de Novembro de 2015

Foi Julian Dorio, mulher do baterista, quem depois afirmou ao  The Washington Post que os membros da banda se tinham salvo. 

"Estamos apenas a prender a respiração e a rezar por todos. Ele ligou para dizer que me ama e que está a salvo. Toda a gente que estava no palco conseguiu fugir".


No Twitter, os fãs da banda partilharam várias imagens do concerto antes do ataque. E tinha tudo para ser um concerto para ficar na memória, segundo os comentários que alguns fãs fizeram nas redes sociais antes da carnificina que veio a superar a centena de mortos.
 
 
 

La châleur et le ronron des guitares. #bataclan #gig #eaglesofdeathmetal

Uma foto publicada por VV. (@vvaah) a



Os Eagles of Death Metal estão em digressão pela Europa e têm agendado  a 10 de dezembro um espectáculo em Lisboa, no Armazém F.

 
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