PGR investiga declarações homofóbicas de candidato presidencial - TVI

PGR investiga declarações homofóbicas de candidato presidencial

Levy Fidelix, candidato do PRTB à presidência do Brasil (REUTERS)

Campanha eleitoral no Brasil continua marcada pelas declarações de Levy Fidelix, no debate de domingo

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O Procurador-Geral da República (PGR) brasileiro abriu uma investigação às declarações do candidato presidencial do PRTB (Partido Renovador Trabalhista Brasileiro), Levy Fidelix, sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo, no debate do último domingo transmitido pela TV Record. O PGR, Rodrigo Janot, destaca que «ser contra os homossexuais e suas práticas ou a união entre eles é opinião que se insere na proteção da liberdade de expressão», mas sublinha que as declarações de Fidelix podem ser tomadas como um «convite à intolerância e discriminação» e podem ser caracterizadas como «discurso mobilizador de ódio».

Interpelado pela candidata do PSOL (Partido Socialismo e Liberdade), Luciana Genro, Levy Fidelix disse ser contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo, sublinhando que «aparelho excretor não reproduz». «Gente, vamos ter coragem, nós somos maioria, vamos enfrentar essa minoria. Vamos enfrentar, não ter medo de dizer que sou pai, mamãe, vovô. E o mais importante é que esses, que têm esses problemas, realmente sejam atendidos no plano psicológico e afetivo, mas bem longe da gente, bem longe mesmo por aqui não dá», acrescentou.

A investigação do PGR decorre da queixa apresentada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) à Justiça Eleitoral, mas o Ministério Público Federal também recebeu queixas de cidadãos sobre o assunto.

De acordo com o jornal «Estado de São Paulo», Janot sublinha que a liberdade de expressão da opinião não pode ser utilizada como desculpa para a incitação ao ódio.

Aécio queixa-se… dos Correios

O candidato do PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira), Aécio Neves, anunciou, esta quarta-feira, que vai apresentar uma queixa contra o ministro das Comunicações e o presidente dos Correios do Brasil. Em causa, um alegado boicote da instituição à sua candidatura.

Eleitores de Minas Gerais queixaram-se de não terem recebido correspondência do candidato.

A queixa que Aécio decidiu apresentar na justiça civil, esta quarta-feira, surge depois de, na terça-feira, ter anunciado que iria acionar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por denúncias de suposto favorecimento dos Correios à candidatura de Dilma Rousseff, atual Presidente e candidata à reeleição pelo PT (Partido dos Trabalhadores).

«Depois de uma denúncia feita por uma liderança do PT de que os Correios estavam privilegiando a candidata oficial, agora recebemos denúncias [...] de que os Correios em Minas, durante toda a campanha, não cumpriram com a sua responsabilidade. Cometeram um crime e não enviaram as correspondências da nossa campanha, seja do candidato [Pimenta da] Veiga, [candidato a governador], seja da candidatura presidencial», disse Aécio Neves, citado pelo portal de notícias G1.

A presidente Dilma Rousseff já veio classificar as denúncias como «um absurdo» e refutou todas as acusações de favorecimento dos Correios à sua campanha.

Marina queixa-se de «campanha de desqualificação»

A candidata do PSB (Partido Socialista Brasileiro), Marina Silva, deu, esta quarta-feira, uma entrevista à CNN. Marina queixou-se da «campanha de desqualificação» de que diz ser vítima na corrida eleitoral. Diz que continua a sofrer muitos preconceitos por causa da sua «origem humilde» e paga «um preço muito alto» por ter que provar a sua capacidade.

Marina Silva sublinhou que teve uma vida difícil, que viveu num «regime de semiescravidão até os 16 anos» na floresta amazônica, perdeu a mãe aos 14 e teve que cuidar dos irmãos.

«Pessoas que têm a minha origem têm que provar que pensam, têm que provar que são inteligentes, têm que provar o tempo todo que são competentes, que são capazes de governar uma empresa, que são capazes de ter uma posição de liderança e um cargo público. E, obviamente que na Presidência da República, as exigências ficam maiores», afirmou.
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