Avião da Lamia já tinha feito quatro viagens no limite do combustível - TVI

Avião da Lamia já tinha feito quatro viagens no limite do combustível

  • Tomásia Sousa
  • 2 dez 2016, 13:37

Aparelho que se despenhou na madrugada de terça-feira, provocando a morte a 71 pessoas, já tinha voado entre a Colômbia e a Bolívia sem escala para reabastecimento

Quatro dias depois do acidente na Colômbia, no qual morreu quase toda a equipa do clube brasileiro de futebol Chapecoense, sabe-se agora que esta não terá sido a primeira viagem do avião Avro RJ85 no limite do combustível.

Desde agosto, esta aeronave terá feito pelo menos outras quatro viagens em que quase chegou ao limite máximo de autonomia sem reabastecimento.

Um desses voos durou apenas menos quatro minutos do que o percurso do voo 2922 da companhia aérea, que se despenhou na madrugada de terça-feira, em Cerro El Gordo (Monte O Gordo).

Os percursos feitos no limite de combustível foram entre a Colômbia e a Bolívia, três vezes no sentido Medellín-Santa Cruz de La Sierra, e uma no sentido Cochabamba-Medellín.

Já no sentido Santa Cruz-Medellín, há apenas registo de um voo sem reabastecimento este ano: precisamente aquele que terminou em tragédia, com a morte de 71 pessoas.

Segundo o portal brasileiro Estadão, o piloto boliviano Miguel Quiroga, que morreu no acidente, não terá sido o único a colocar os passageiros em risco. Há um mês, o mesmo aparelho partiu de Medellín com destino a Santa Cruz de La Sierra, sem paragem para reabastecimento. O percurso durou 4 horas e 33 minutos.

O avião que se despenhou esta semana emitiu o último sinal após voar por 4 horas e 37 minutos.

Esta quinta-feira, a Bolívia suspendeu a licença da companhia aérea boliviana Lamia, especializada em voos 'charters' e a Justiça boliviana abriu um inquérito sobre a companhia.

As autoridades colombianas confirmaram na quarta-feira que o avião que se despenhou na Colômbia não tinha combustível. O oficial da Autoridade Aeronáutica da Colômbia Fredy Bonilla anunciou que foi aberta uma investigação para perceber por que é que isto aconteceu, uma vez que vai contra as normas de aviação internacionais.

O voo 2922 da companhia aérea Lamia ligava Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, e o aeroporto internacional José María Cordova, em Ríonegro, que serve a cidade colombiana de Medellín.

Tinha 77 pessoas a bordo, incluindo jogadores e equipa técnica do clube brasileiro Chapecoense, que iria disputar a final da Taça Sul-Americana frente ao Atlético Nacional, em Medellín. Havia 22 jornalistas a bordo.

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