Confrontos em Jerusalém após encerramento da Mesquita Al-Aqsa - TVI

Confrontos em Jerusalém após encerramento da Mesquita Al-Aqsa

Israel encerra temporariamente local santo para judeus e muçulmanos depois da tentativa de assassinato de um rabino israelita ultranacionalista

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Ocorreram esta quinta-feira confrontos entre as forças de segurança israelitas e jovens palestinianos no leste de Jerusalém, depois de Israel anunciar o encerramento da Mesquita de Al-Aqsa, na sequência da tentativa de assassinato do sacerdote judaico e ativista radical de extrema-direita Yehuda Glick.

 

O líder palestiniano Mahmoud Abbas já se pronunciou, a partir do porta-voz, afirmando que condena a decisão do encerramento da mesquita e dizendo que «é uma declaração de guerra».

 

A Mesquita de Al-Aqsa, a maior mesquita de Jerusálem, considerada o terceiro local sagrado do Islão, depois de Meca e Medina, está interdita a judeus, muçulmanos e turistas.

 

«É a primeira vez que o santuário está encerrado para os que rezam. Não podemos entender esta escalada das autoridades israelitas contra os nossos locais sagrados. É um passo muito perigoso que só dá mais combustível ao fogo que começou a arder na cidade velha», afirmou o líder religioso Azam Tamimi.

 

Tentativa de assassinato

 

O ativista israelita foi apanhado de surpresa por um homem armado, montado numa mota, que o alvejou, à saída de uma conferência onde discursou.

 

Ferido gravemente, Yehuda Glick, de 50 anos, foi transferido para o centro médico Shaare Zadek, em Jerusalém, onde foi operado aos ferimentos das balas no peito e abdómen.

 

A polícia israelita abateu a tiro esta quinta-feira Mutaz Hijazi, o palestiniano responsável pelo tiroteio que atingiu o rabino, segundo as autoridades.

 

O homem, que segundo Al Jazeera terá 32 anos, foi morto nos arredores de Abu Tor. Hijazi esteve detido 11 anos numa prisão israelita, a maior parte do tempo confinado a uma cela solitária antes de ser libertado em 2012, adianta a Sociedade de Prisioneiros Palestinianos.

 

A tensão israelo-palestiniana tem sido constante em Jerusalém desde que a morte de um adolescente palestiniano, queimado vivo em julho, deu início a uma guerra de cinquenta dias em Gaza, terminada em agosto com um saldo aproximado de dois mil mortos.

 

O clima agravou-se na semana passada, depois oito pessoas ficarem feridas e duas perderem a vida, entre elas um bebé de três meses, atropeladas por um palestiniano numa paragem de elétrico.

 

Também o anúncio do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, sobre a construção de cerca de mil unidades de alojamento na zona oriental de Jerusalém, reclamada como capital do futuro Estado palestiniano, veio agravar a situação.

 

A tentativa de assassinato do rabino veio claramente inflamar o conflito, mas foi a deliberação do encerramento do designado Monte do Templo, pelo judaísmo, que intensificou os confrontos.

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