Astrolábio mais velho do mundo é português e pertenceu à armada de Vasco da Gama - TVI

Astrolábio mais velho do mundo é português e pertenceu à armada de Vasco da Gama

  • FM
  • 19 mar 2019, 18:21
Astrolábio mais antigo identificado pelo Guinness Book

Datado de 1498, a relíquia foi encontrada no Mar Arábico de Omã. A descoberta foi publicada em revistas científicas e registada no livro dos recordes

O astrolábio mais antigo do mundo é português e pertence a um navio que integrava a armada de Vasco da Gama, tendo sido usado na segunda viagem para as Índias.

A relíquia está registada no livro dos recordes e foi encontrada a 8 de maio de 2014 pelo arqueólogo marinho inglês David Mearns, na costa da ilha Al Hallaniyah, no Mar Arábico de Omã. Porém, só agora a descoberta foi revelada.

 

O instrumento, que tem 175 milímetros de diâmetro e pesa 344 gramas, permitia que os marinheiros se localizassem a partir da altura do sol.

Ele foi usado no navio Esmeralda, comandado pelo capitão-mor Vicente Sodré, na época dos Descobrimentos. Essa embarcação naufragou depois de uma tempestade em 1503, matando toda a tripulação.

A embarcação foi descoberta em 1998, mas as escavações começaram em 2013. Já foram encontrados cerca de 2.800 artefactos no navio, entre eles um sino de bronze, canhões, emblemas da família real portuguesa e uma rara moeda Índio, que o rei Dom Manuel I mandou confecionar em prata, especificamente para o comércio com a Índia. 

Identificação

A comprovação da datação e origem foram feitas com recurso a ferramentas digitais, utilizadas por investigadores da Universidade de Warnick, no Reino Unido, e divulgadas num artigo científico do International Journal of Nautical Archaeology, uma publicação especializada Arqueologia Náutica.

Os investigadores encontraram marcas em intervalos de cinco graus que confirmam a identidade do disco como um astrolábio, sendo o primeiro exemplar no mundo. 

O uso desta tecnologia de digitalização 3D permitiu-nos confirmar a identidade do mais antigo astrolábio conhecido; a partir de agora historiadores e cientistas podem determinar mais sobre a história e como os navios navegaram.”, afiança o professor Mark Williams, da Universidade de Warnick. 

 

 

 

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