Israel recebe Trump com palmadinhas nas costas e amargos de boca de ministros - TVI

Israel recebe Trump com palmadinhas nas costas e amargos de boca de ministros

  • Paulo Delgado
  • Atualizada às 12:45
  • 22 mai 2017, 11:34

Presidente norte-americano aterrou em Telavive no que é tido como o primeiro voo direto da história, entre a Arábia Saudita e Israel. Imprensa hebraica dá conta de que ministros foram obrigados a comparecer

Aterrou, chegou às 12:10 locais a Telavive (menos duas horas em Lisboa) e segue em frente para dois dias de visita a Israel, que também inclui um encontro com o presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, e daí uma esperança de relançamento do processo de paz. Donald Trump está em Israel, a segunda etapa da sua primeira visita oficial ao exterior, desde que é presidente dos Estados Unidos.

O momento da chegada, além da passadeira vermelha e da inevitável pompa e circusntância, teve honras de transmissão em direto, até na página de Facebook do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu.

Que a vossa primeira visita à nossa região possa ser um avanço histórico no percuso da recoinciliação e paz", foram palavras do primeiro-ministro israelita, ao receber Trump. Com Netanyahu a afiançar mesmo que "as mãos de Israel estão extendidas para a paz com todos os vizinhos, incluindo os palestinianos".

Depois, como manda a circunstância, Bibi, como é conhecido o líder do governo israelita, fez questão de deixar a foto da praxe, no género "com um casal amigo" e a legenda "cada vez mais fortes".

Azedumes

Para trás mas ainda presente, na receção a Donald Trump, que estará dois dias em Israel, ficou o murro na mesa a que o primeiro-ministro Netanyahu foi obrigado na reunião de domingo do seu governo. Segundo o bem informado jornal hebraico Haaretz, teve de obrigar todos os ministros a estarem presentes no aeroporto. Já que alguns teriam embirrado e ameaçavam não ir, por o protocolo não lhe permitir sequer cumprimentar o "amigo americano". Leia-se, Donald Trump.

Sucede que o tempo de Trump foi religiosamente distribuído. Pelo menos , entre o primeiro-ministro Netanyahu e o presidente isrealita, Reuven Rivlin, que não têm propriamente boas relações pessoais. Antes pelo contrário, segundo o jornal Haaretz.

Senhor presidente, hoje terei a honra de o receber em Jerusalém. Estamos honrados que esteja connosco quando assinalamos os 50 ano do "Dia de Jerusalém". Ficamos muito saisfeitos em saber que o nosso aliado mais importante reconheça a importância de Jerusalém para o povo judaico", foram palavras de receção do presidente Rivlin ao seu par, Donald Trump.

Israel assinala a ocupação e reunificação da cidade de Jerusalém, que insiste em ver reconhecida como capital do país. Após a sua posse, Donald Trump admitiu mudar a embaixada norte-americana para a cidade, sagrada para as três maiores religiões monoteístas: cristianismo, islamismo e judaísmo. Mais tarde, viria a acrescentar serem necessarias mais avaliações.

É uma ideia", terão sido as suas palavras à chegada a Israel, segundo a página online em Inglês do jornal hebraico Haaretz, quando confrontado com a questão pelo ministro israelita da Educação, Naftali Bennett, que lhe terá dito "esperamos que seja o primeiro presidente a reconhecer Jerusalem unida sob a soberania de Israel"  

Promessas

À chegada, como se previa, Donald Trump mostrou pretender tornar-se o mediador capaz de alcançar um acordo entre israelitas e palestinianos. Como prometera há  semanas, ao receber o líder palestiniano, Mahmoud Abbas, com quem deverá voltar a estar na terça-feira.

Temos uma rara oportunidade de trazer segurança e estabilidade a esta região e a este povo. Mas só lá chegaremos se trabalharmos juntos", foram palavras de Trump à chegada a Telavive, de onde seguiu de helicóptero para Jerusalém. Aí terá encontros a sós, e em separado, com o presidente Rivlin e com o primeiro-ministro Netenyahu. E irá visitar a igreja do Santo Sepulcro e o Muro das Lamentações.

Para trás, Donald Trump deixou a Arábia Saudita, numa visita em que selou um negócio de venda de armas da indústria norte-americana no valor de 98 mil milhões de dólares.

Em Israel, após ter defendido anteriormente a solução de dois Estados na região, assegurando a existência da Palestina e de Israel, esperam os governantes hebraicos que Trump inverta o relacionamento frio que experimentaram durante a administração de Barack Obama.

Por último, segundo análises da imprensa norte-americana e israelita, a conversa entre Trump e Netanyahu poderá abordar as informações que o presidente norte-americano assumiu ter passado ao ministro russo, Sergei Lavrov. Que versariam sobre movimentações de radicais islâmicos e teriam sido obtidas pelos serviços secretos hebraicos.

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