O dia de Trump: como tudo aconteceu - TVI

O dia de Trump: como tudo aconteceu

Num dia marcado por protestos e confrontos, um presente que intrigou a internet e uma despedida emotiva do casal Obama, Donald Trump fez história, tornando-se o 45º presidente dos EUA

Mal o sol nascia em Washington e os sítios onde iriam decorrer as cerimónias da tomada de posse do novo presidente dos Estados Unidos já se pontuavam com apoiantes de Trump.

Mas o dia que marcou o início de uma nova época na história dos Estados Unidos da América (EUA) foi sobretudo marcado por confrontos e protestos contra o novo Presidente.

E nem a ameaça de chuva – que seria a prova derradeira da veracidade do cabelo de Trump – travou aqueles que quiseram celebrar ou protestar a chegada de Donald Trump à presidência.

Hashtags como #bridgesnotwalls marcaram o dia, mas às 12:00 (hora de Lisboa), era a hashtag #ThankyouObama (obrigado, Obama) a recordista no Twitter.

As cerimónias começaram com o serviço religioso na igreja episcopal de St. John, em Washington, cerca das 9:00, hora local, onde esteve também o vice-presidente eleito Mike Pence.

Antes do almoço, Trump chegou à Casa Branca para uma última reunião com Barack Obama.

Donald Trump e a mulher Melania tomaram chá com o, à altura, ainda casal presidencial em funções, Barack e Michelle Obama, num dos salões da Casa Branca, longe das câmaras. O encontro entre os dois casais, à porta da Casa Branca, foi contudo um dos momentos mais fotografados do dia, com Melania a entregar um presente a Michelle.

Momentos antes deste encontro, Obama entrou pela última vez na Sala Oval, o gabinete presidencial.

Entregue a casa, faltava entregar o cargo, e as cerimónias prosseguiram no Capitólio, sede do Congresso norte-americano, onde Donald Trump prestou juramento numa cerimónia pública. Trump prestou juramento sob duas Bíblias - a sua, oferecida pela sua mãe, e a que o ex-Presidente Abraham Lincoln usou na sua posse, há 150 anos – seguradas pela sua mulher, Melania, e rodeado pelos seus cinco filhos.

Centenas de milhares de pessoas assistiram à cerimónia, na qual participam nomeadamente os ex-presidentes vivos – Jimmy Carter, Bill Clinton, George W. Bush e Barack Obama -, estando apenas ausente George H.W. Bush, 92 anos, hospitalizado esta semana. E numa ocasião em que Trump deveria ser o centro das atenções mediáticas, a "luta" de Bush com a capa de chuva e os "chifres" de Bernie Sanders e John McCain não passaram despercebidos.

Depois do juramento, o discurso, que não deixou esquecer os temas do emprego, imigração e erradicação do terrorismo. 

A partir de agora, primeiro está a América!", garantiu o então novo presidente dos Estados Unidos.

O povo foi o destinatário das primeiras palavras de Donald Trump na cerimónia, durante a qual prometeu devolver o poder às pessoas.

Hoje, não estamos só a transferir poderes”, frisou. “Estamos a retirar o poder de Washington para o devolver ao povo”, acrescentou, reconhecendo que, “durante demasiado tempo” o poder esteve nas mãos de “um pequeno grupo” na capital federal.

Depois de oito anos de Obama, a Casa Branca passava então a ser a nova morada da família Trump.

Depois do discurso do presidente Trump, ouviu-se o hino. Jackie Evancho, de apenas 16 anos, cantou o tema.

Uma das imagens do dia é a fotografia aérea do Capitólio. Imagens das imediações deixaram clara a falta de popularidade do novo presidente. A comparação das imagens da tomada de posse de Trump, a 20 de janeiro de 2017, e de Barack Obama, a 20 de janeiro de 2009, mostram que Barack Obama encheu as ruas de acesso ao Capitólio, enquanto Trump conseguiu apenas reunir alguns milhares de pessoas.

Seguiu-se pausa para o almoço e, logo depois da tomada de posse que oficializava Trump como o 45º presidente dos EUA, bem como antes já tinha acontecido, manifestantes vestidos de preto e envergando bandeiras negras protestavam nas ruas de Washington.

Os ativistas anti-Trump partiram montras, destruíram caixotes do lixo e atiraram pedras e garrafas à polícia, que respondeu com gás lacrimogéneo e granadas de atordoamento.

Alguns dos ativistas transportavam uma grande faixa que exibia a frase “Make Racists Afraid Again” (Façam que os Racistas voltem a ter medo). Outros também traziam guarda-chuvas. Ao final da tarde, o saldo de detidos ultrapassava os 90.

Barack Obama e Michelle abandonaram entretanto o Capitólio com destino a umas férias em família, mas não sem antes voltar a agradecer ao povo americano no aeroporto:

[O dia de hoje] não é um ponto final, é uma vígula na história da construção da América. Para todos os que se empenharam em transformar as escolas para melhor, para todos os que garantiram que os veteranos recebem tratamento, para todos os que [se preocupam em] deixar um planeta que é seguro para os nossos filhos, para os que garantem que pessoas trabalhadoras têm como sustentar as suas famílias (...) estamos ansiosos para continuar esta jornada convosco", declarou Obama.

A noite acaba com três bailes em simultâneo: dois oficiais, no centro de convenções Walter E. Washington, e um outro para as forças armadas. Donald Trump deverá aparecer nos três bailes, para discursar e para dançar com a mulher, Melania Trump.

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