O candidato do Partido dos Trabalhadores no Brasil, Fernando Haddad, compara o candidato de extrema-direita, Jair Bolsonaro, a Salazar. A TVI acompanhou o substituto de Lula da Silva na corrida às presidenciais brasileiras, numa visita ao bairro de Caxias, nos subúrbios do Rio de Janeiro e, numa entrevista exclusiva, o político pediu aos portugueses para se preocuparam com o que está a acontecer no país irmão.
Acho que os portugueses que conhecem o salazarismo e sabem tudo de ruim que o fascismo traz para o mundo, deviam ficar preocupados com a eleição no Brasil, porque a democracia, com o afastamento da Dilma sem crime de responsabilidade e a prisão injusta do Lula, denunciada pela própria ONU, isso é que deveria preocupar os portugueses”
Sobre os escândalos que envolvem o PT e ele próprio (o Ministério Público indiciou-o pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, na sequência de uma investigação que envolve a UTC Engenharia, empresa de construção envolvida na Operação Lava-Jato), Haddad preferiu enaltecer o que considera que o seu partido já fez pelo país.
“Todos os escândalos que afetam os partidos nos preocupam, mas vamos continuar a fortalecer, como sempre fizemos, a Polícia Federal, o Ministério Público e a Justiça”, começou por dizer.
Sem a legislação que nós criámos, toda a sujeira existente no Brasil continuaria debaixo do tapete. Com a graça do nosso partido, fortalecemos as instituições que estão a ser enfraquecidas hoje pelo governo Temer, fruto de um golpe”.
À pergunta sobre as sondagens, com Jair Bolsonaro a ganhar terreno, considerou que “o que conta” é a segunda volta e que, nessa, “seguimos empatados”.
Refugiando-se no núcleo duro da campanha, o candidato do PT visitou o bairro dos subúrbios do Rio de Janeiro e várias pessoas com quem a TVI falou não sabiam quem era ou só conheciam a cara, não o nome.
A campanha do ex-prefeito de São Paulo e ex-ministro da Educação está presa à transferência de votos de lula da Silva detido por corrupção. Mas essa estratégia poderá estar a tornar Haddad num refém do próprio plano.
A quatro dias das eleições, o candidato do PT está numa contagem decrescente para tentar voltar a pôr as sondagens em alta. A hora da verdade é no próximo domingo, 7 de outubro. Se nenhum candidato atingir a marca de 50% dos votos válidos no domingo, haverá uma segunda volta com os dois primeiros colocados, marcada para o dia 28 de outubro.