São as primeiras projeções a darem agora mais que certo o primeiro lugar a Macron nesta primeira volta com quase 24% dos votos. Marine Le Pen deverá ser quem corre com o centrista a milha final até ao Palácio do Eliseu a 7 de maio.
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— Georgi Kantchev (@georgikantchev) 23 de abril de 2017
A maior parte das mesas eleitorais de França encerrou às 19:00 locais (18:00 em Lisboa), uma hora antes do fecho das secções de voto das maiores cidades.
As mesas eleitorais abriram às 08:00 (07:00 em Lisboa) para a primeira volta das eleições presidenciais. Mais de 45 milhões de eleitores escolheram ao longo do dia os dois candidatos que passam à segunda volta.
Às 17:00 (hora local), a taxa de participação atingia os 69,42%, menos um ponto percentual em relação a 2012 (70,59%), segundo os dados do Ministério do Interior francês.
O grau de mobilização dos eleitores é uma das incógnitas destas eleições, que acabaram por ser marcadas por mais um ataque terrorista na capital francesa. O ataque, que ocorreu na quinta-feira, nos Campos Elísios, provocou a morte de dois polícias.
Em Lisboa, algumas centenas de pessoas esperaram, em média, uma hora para votarem na embaixada francesa.
Há 11 candidatos, mas quatro, Emmanuel Macron (centro), Marine Le Pen (extrema-direita), François Fillon (direita) e Jean-Luc Mélenchon (esquerda), são os favoritos para passar à segunda votação, a 7 de maio.
Emmanuel Macron já votou, acompanhado da mulher, na localidade de Le Touquet, na costa atlântica do país, onde tem uma casa de férias. Chegou à assembleia de voto no meio de importantes medidas de segurança, uma precaução perante o nível elevado de alerta que o país vive. O candidato apresentava um ar relaxado e depois de votar, cerca das 10:30 locais, pousou para "selfies" com eleitores.
Quem também já votou foi Marine Le Pen. A líder da Frente Nacional votou na comuna Hénin-Beaumont, na região de Norte-Pas-de-Calais (a cerca de 200 quilómetros de Paris). Acompanhada pelo autarca da cidade, Steeve Briois, também do partido Frente Nacional (FN) e do seu companheiro, o eurodeputado Louis Alliot, Le Pen depositou o voto na urna rodeada de grande atenção mediática.
O candidato conservador, François Fillon, votou no 7.º bairro de Paris, entre fortes medidas de segurança. Fillon assumiu-se como um dos alvos de alegados jihadistas que foram detidos esta semana em Marselha, sob suspeita de planearem um atentado "iminente", pelo que agentes policiais procederam a várias inspeções esta manhã antes da abertura das urnas, no bairro onde se localiza a Torre Eiffel.
Sozinho e de semblante sério, o candidato depositou o seu boletim de voto pelas 11:45 locais (10:45 de Lisboa). Penelope, a mulher de Fillon, votou em Sablé-sur-Sarthe (região de Pays de la Loire), onde o candidato foi autarca.
Jean-Luc Mélenchon foi o último dos quatro grandes favoritos a votar. O candidato de esquerda exerceu o direito de voto no centro de Paris, rodeado pelos principais colaboradores na campanha e perante uma grande atenção mediática.
Com um amplo sorriso, Mélenchon, aparentemente relaxado, depositou o boletim de voto nas instalações municipais. Como os outros favoritos que já votaram, a chegada de Mélenchon à mesa de voto esteve precedida de fortes medidas de segurança.
Sondagens recentes dão vitória a Macron
As sondagens mais recentes publicadas sobre as presidenciais francesas, divulgadas na sexta-feira, colocaram Emmanuel Macron (centro) à frente de Marine Le Pen (extrema-direita), com 24% e 22% respetivamente, e Jean-Luc Mélenchon (esquerda) e François Fillon (direita) empatados com 19%.
Emmanuel Macron lançou-se na corrida presidencial francesa projetando a imagem de um político novo e descomprometido, “nem de direita nem de esquerda”, e tornou-se favorito. Para entrar na corrida e apresentar uma candidatura presidencial, Macron demitiu-se do cargo de ministro da Economia (2014-2016) do governo do presidente François Hollande. Com 39 anos, aspira a converter-se no presidente mais jovem da história de França.
Já Le Pen, de 48 anos, quer contradizer as sondagens que lhe dão a vitória na primeira volta e a derrota na segunda. E há quem quem defenda que o atentado de quinta-feira favoreceu a sua candidatura.
Menos bem posicionado, Jean-Luc Mélenchon, candidato da esquerda, perfila-se nas sondagens como terceiro mais votado, confirmando-se como figura central da esquerda francesa, apesar de 30 anos de carreira política no Partido Socialista.
Já François Fillon, o candidato da direita, começou a campanha em alta com uma imagem de honestidade e rigor, mas as sucessivas polémicas colocaram em sério risco a possibilidade de passar à segunda volta, como ditavam as primeiras sondagens.
(Publicada inicialmente às 09:00)