Terceira tentativa, terceiro chumbo do novo governo espanhol de Mariano Rajoy. Embora seja, apenas a primeira mão, já que no próximo sábado, o líder conservador do Partido Popular (PP) precisará apenas de uma maioria simples. E deverá também contar então com a abstenção dos socialistas do PSOE.
Na tarde desta quinta-feira, em Madrid, o parlamento espanhol voltou a chumbar, numa primeira votação, a investidura de Mariano Rajoy à presidência do governo.
Rajoy apenas contou com os votos dos 137 deputados do seu Partido Popular, com os 32 do Cidadãos (liberais de centro) e um da Coligação Canárias (nacionalista). No total, foram 170 votos, que não lhe asseguraram a maioria absoluta (176) do Congresso dos Deputados, que tem 350 lugares.
Os restantes partidos votaram contra, num total de 180 votos, o que incluí os 85 deputados do PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol), que já receberam indicações da sua direção para se absterem no sábado. Aí Rajoy apenas precisará do apoio de uma maioria simples de votos para ser eleito presidente do novo governo espanhol.
Agradezco al @GPPopular su apoyo. Hemos firmado acuerdos que vamos a cumplir, sigamos sumando. Cuento con vosotros #InvestiduraRajoy pic.twitter.com/VS2SklqMDB
— Mariano Rajoy Brey (@marianorajoy) 27 de outubro de 2016
Sessão atribulada
Em Madrid, a sessão parlamentar foi animada e até atribulada. O que passou essencialmente pela saída do plenário dos deputados do Podemos, formação de esquerda, contrários à investidura de Rajoy, em protesto por o seu líder ter sido impedido de intervir.
O partido ripostou já, acusando a presidente do parlamento espanhol de violar os regulamentos parlamentares. A saída da sala dos deputados ocorreu pouco antes da votação e só por essa altura, o líder Pablo Iglesias e os restantes representantes do Podemos regressaram. Para votar contra Rajoy.
Sábado próximo, com a anunciada abstenção da maioria dos 85 deputados dos socialistas - já que, por exemplo, os catalães deverão manter o seu voto contra - Rajoy será reempossado para mais um mandato à frente de um novo governo espanhol. Quase um ano após as primeiras eleições legislativas, que mais tarde foram repetidas, sem conseguirem criar uma maioria governativa.
À esquerda, o PSOE acabou por fazer meia-volta e decidir entre as suas hostes abster-se e permitir que Rajoy volte a formar novo governo de direita. Tratou-se de uma posição dos socialistas que lhes valeu, desde logo, ferozes críticas do emergente partido Podemos, que os acusa de patrocinarem um golpe palaciano em Espanha.
"Rajoy será presidente por un golpe palaciego en el PSOE" @ierrejon #ErrejonEnLaSer pic.twitter.com/crZ4HDGv4r
— PODEMOS (@ahorapodemos) October 27, 2016