Khashoggi: Riade pede penas de morte para acusados, mas Turquia fala em medidas "insuficientes" - TVI

Khashoggi: Riade pede penas de morte para acusados, mas Turquia fala em medidas "insuficientes"

  • 15 nov 2018, 13:32
Jamal Khashoggi

A Turquia considerou esta quinta-feira "insuficientes" as explicações do Ministério Público da Arábia Saudita sobre a morte do jornalista Jamal Khashoggi, insistindo no caráter premeditado da operação

A Turquia considerou esta quinta-feira "insuficientes" as explicações do Ministério Público da Arábia Saudita sobre a morte do jornalista Jamal Khashoggi, em Istambul, insistindo no caráter premeditado da operação. O Ministério Público da Arábia Saudita pediu hoje penas de morte para cinco acusados do assassínio de Jamal Khashoggi, admitindo que o jornalista foi drogado e desmembrado no consulado do seu país em Istambul.

O procurador-geral turco adiantou também que o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, sobre quem recaíam suspeitas de ter ordenado o assassínio de Khashoggi, não esteve implicado na morte do jornalista.

Todas estas medidas são positivas, mas também insuficientes", disse o chefe da diplomacia turco, Mevlüt Cavusoglu, acrescentando não "estar satisfeito" com algumas informações.

Segundo explicações de Riade, o plano para assassinar Khashoggi foi posto em marcha a 29 de setembro, três dias antes da morte do jornalista, e foi o chefe-adjunto dos serviços de informações sauditas, general Ahmed al-Assiri, que ordenou o regresso forçado de Khashoggi à Arábia Saudita. A ordem para matar o jornalista foi dada pelo chefe da equipa de "negociadores", segundo o MP saudita.

Dizem-nos que foi morto porque se teria oposto a regressar ao seu país, mas na verdade, a morte, como já dissemos anteriormente, foi planeada com antecedência", afirmou o procurador turco.

"O desmembramento do corpo não foi espontâneo. Tinham levado as pessoas e os equipamentos necessários para o fazer. Ou seja, tinham planeado como o matariam e como o desmembrariam", acrescentou.

A diplomacia turca apelou ainda para que sejam revelados os "verdadeiros mandantes" da operação, depois de o MP ter ilibado o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman.

"Este caso não pode ser encerrado desta forma", disse Cavusoglu, assegurando que a Turquia fará tudo "o que estiver ao seu alcance para fazer luz sobre todos os aspetos desta morte".

Jamal Khashoggi, jornalista saudita crítico do regime, foi morto em 2 de outubro no consulado saudita em Istambul, na Turquia.

A Arábia Saudita começou por assegurar que o jornalista tinha saído do consulado vivo, mas depois mudou de versão e admitiu que foi morto na representação diplomática numa luta que correu mal.

Segundo a investigação turca, Khashoggi foi morto por um esquadrão de agentes sauditas que viajaram para Istambul com esse fim.

O Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, disse por várias vezes que a ordem para matar Khashoggi "foi dada ao mais alto nível do estado" saudita.

Continue a ler esta notícia

EM DESTAQUE