O Brasil saiu à rua contra Jair Bolsonaro. Os bloqueios de verbas anunciados pelo Ministério da Educação deram o mote para uma grande onda de contestação. Milhares de pessoas manifestaram-se, esta quarta-feira, em pelo menos 222 cidades do país.
Universidades e escolas também fecharam em sinal de protesto, depois de entidades sindicais terem convocado uma greve de um dia.
Imagens divulgadas pela imprensa brasileira, por agências internacionais e outras partilhadas nas redes sociais mostram milhares nas ruas, em iniciativas pacíficas, segurando cartazes e faixas com mensagens de protesto.
O Rio visto de cima nesse momento pic.twitter.com/3FpKsjC1tk
— Gabriela Moreira (@gabi_moreira) May 15, 2019
Já é possível dizer, com segurança, que pelo menos 2 milhões de brasileiros saíram às ruas, em todo o Brasil, contra o desmonte promovido por Bolsonaro e Weintraub. Este vídeo, na tarde de hoje, mostra o tamanho do protesto na Paulista no #15M e no #TsunamiDaEducacao pic.twitter.com/oJKQit8vc7
— Leonardo Attuch (@AttuchLeonardo) May 15, 2019
Este foi o primeiro grande protesto contra o Bolsonaro, que está há quatro e meses e meio no poder.
O presidente brasileiro de extrema-direita, que estava em Dallas, nos Estados Unidos, reagiu a estas acções, afirmando que os manifestantes eram “imbecis” e “idiotas úteis”.
Não sabem a fórmula da água. São uns idiotas úteis, uns imbecis, que estão a ser usados como massa de manobra de uma minoria espertalhona que compõe o núcleo de muitas universidades federais no Brasil”, declarou o presidente.
As palavras caíram mal e inflamaram ainda mais os protestos. O que obrigou, mais tarde, o porta-voz Otávio Rêgo Barros a sublinhar que as manifestações são “legítimas e democráticas, desde que não usem a violência, nem destruam o património público”.
Os protestos desta quarta-feira surgem depois de o Ministério da Educação brasileiro ter bloqueado, no final de abril, uma parte do orçamento de 63 universidades e de 38 institutos federais de ensino.
O governo de Bolsonaro disse que este corte de verbas foi aplicado sobre gastos não obrigatórios, como água luz, obras, equipamentos, investigações, e que despesas obrigatórias como o pagamento de salários e de pensões não eram afetadas.