Paris: sábado de coletes amarelos termina com mais de 150 detidos - TVI

Paris: sábado de coletes amarelos termina com mais de 150 detidos

  • Atulizada às 00:09
  • 15 dez 2018, 18:52

Balanço da polícia refer ainda haver cinco feridos ligeiros. Foi o quinto sábado de protestos em Paris, apesar das medidas sociais anunciadas pelo presidente Macron

As forças de segurança francesas detiveram este sábado 157 pessoas na manifestação dos coletes amarelos em Paris, anunciou a polícia local, falando ainda em cinco vítimas ligeiras até às 18:00.

Menos manifestantes, menos danos e menos detidos é o balanço do quinto protesto dos coletes amarelos em Paris, mas a rejeição das medidas apresentadas por Macron continua e quem saiu à rua mostra-se cada vez mais politizado.

As autoridades contabilizaram cerca de 2.500 manifestantes em toda a capital, sendo que o dispositivo da polícia incluiu o destacamento de 8.000 agentes, 14 blindados - mais do que na última semana - e ainda o reforço de forças a cavalo.

A polícia tentou também enquadrar mais os manifestantes, encaminhando-os para perímetros mais limitados e não permitindo movimentações em grupo.

No passado sábado, as manifestações envolveram cerca de 125.000 pessoas em todo o país e 10.000 na capital.

Os “coletes amarelos” mantiveram esta nova jornada de luta apesar das medidas anunciadas na passada segunda-feira pelo Presidente francês, Emmanuel Macron.

Os Campos Elísios são o epicentro da convocatória parisiense, onde as autoridades mantêm um amplo dispositivo de segurança que inclui registos de quem quer aceder à avenida.

Todas as linhas de metro da zona foram cortadas e as linhas de autocarro desviadas.

Tal como na semana passada, diversos monumentos, museus e mercados parisienses encerraram hoje como medida de segurança, como o Arco de Triunfo, o Panteão, a Sainte-Chapelle e o Museu de Arte Moderno.

Desta vez estiveram, porém, abertos outros pontos turísticos, como a Torre Eiffel, o Museu do Louvre, a Ópera da Bastilha o Museu do Homem e os grandes armazéns, como os Lafayette e os BHV.

66 mil manifestantes

A mobilização dos “coletes amarelos” registou um claro recuo em toda a França, com cerca de 66.000 manifestantes às 18:00, em vez dos 126.000 contabilizados à mesma hora no sábado passado, segundo números fornecidos pelo Ministério do Interior.

Esta quinta jornada de contestação à escala nacional representou um teste para o Presidente francês, Emmanuel Macron, insultado nas manifestações e que emitiu na sexta-feira um apelo para o regresso à calma e ao “funcionamento normal” do país, após ter anunciado no início da semana medidas para repor o aumento do poder de compra destinadas a pôr fim a esta crise social sem precedentes, nascida nas redes sociais para exigir melhores condições de vida.

Os apelos para a não-adesão às manifestações multiplicaram-se não só na classe política, mas também entre os “coletes amarelos” moderados, após o atentado ‘jihadista’ de Estrasburgo, ocorrido na terça-feira à noite no mercado de Natal da cidade, que fez quatro mortos e 12 feridos.

Contrastando com a violência dos protestos dos quatro sábados anteriores, as manifestações de hoje decorreram, na maioria, de forma pacífica, apesar de confrontos esporádicos registados nos Campos Elísios, em Paris, onde a polícia dispersou os cerca de 300 ou 400 manifestantes ainda ali concentrados ao fim do dia, e depois reabriu a circulação.

Houve também distúrbios no sudoeste do país, em Toulouse e Bordéus, onde diversos projéteis foram disparados sobre as forças policiais, que ripostaram com canhões de água e granadas de gás lacrimogéneo.

Pouco antes das 18:00 locais (17:00 de Lisboa), 157 pessoas tinham já sido detidas em Paris, tendo 104 delas ficado sob custódia, e sete feridos ligeiros – muito aquém dos números recorde da semana passada, segundo o Ministério do Interior.

Entretanto, na Bélgica, a manifestação convocada pelos coletes amarelos reuniu entre 400 a 500 pessoas, numa ação que contou também com grande aparato policial.

No final, a porta-voz da polícia de Bruxelas, Ilse Van De Keere, disse que “tudo correu bem e não houve danos”.

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