SOS Racismo vai fazer queixa ao Ministério Público por "parada Ku Klux Klan" - TVI

SOS Racismo vai fazer queixa ao Ministério Público por "parada Ku Klux Klan"

  • Lara Ferin
  • Henrique Magalhães Claudino
  • Atualizada às 12:22
  • 11 ago 2020, 11:28
SOS Racismo faz queixa a Ministério Público por “parada Ku Klux Klan” em frente à sede

Grupo de nacionalistas cobriu o rosto com máscaras brancas e segurou tochas para protestar contra o “racismo anti-nacional” e homenagear “polícias mortos em serviço”

O SOS Racismo apresentou uma queixa ao Ministério Público depois de a sua sede ter sido palco a uma manifestação de extrema-direita.

O caso remonta ao último fim de semana e os participantes serão membros da Resistência Nacional, que reúne militantes da Nova Ordem Social, Partido Nacional Renovador e dos Portugal Hammer Skins. Segundo o jornal Público, a associação acusa-os de "incitar ao ódio e à violência".

Nas imagens divulgadas nas redes sociais, é possível ver o grupo vestido de preto, com máscaras brancas e a segurar tochas - em tudo semelhante à organização que surgiu nos Estados Unidos, de 1865 para 1866, logo após a Guerra Civil Americana - o que levou a SOS Racismo a classificar a ação de "parada militar à moda de Ku Klux Klan".

O grupo de extrema-direita alega que se manifestou contra o "racismo anti-nacional" e homenageou os "polícias mortos", conforme uma publicação no Facebook.

O dirigente do SOS Racismo, Mamadou Ba, referiu ao Público que “uma coisa é fazerem uma manifestação no espaço público em que assumem uma posição política contra o anti-racismo, o que é inaceitável em democracia, mas elegerem uma organização anti-racista como alvo a abater, fazer ameaças de morte e, não contentes, fazerem uma parada militar à moda de Ku Klux Klan ultrapassa todos os limites do confronto ideológico.”

O dirigente classifica ainda o ato de “terrorismo político”.

Recorde-se que, no passado mês de julho, a sede da SOS Racismo foi vandalizada com uma frase escrita na parede do edifício: "Guerra aos inimigos da minha terra". A associação acredita que os dois atos estão ligados.

Já em junho, Lisboa foi palco de atos de vandalismo, depois de uma manifestação “histórica” contra o racismo.

Na altura, a SOS Racismo negou a “autoria moral das pinturas na estátua” do Padre António Vieira e condenou as mensagens “xenófobas, racistas e de incitamento ao ódio” encontradas em vários pontos da capital, que considerou “uma ameaça à ordem constitucional”.

 

"A ideia da máscara não mostra cobardia" 

Durante a noite de segunda-feira, uma página no Facebook chamada Movimento Armilar Lusitano publicou a fotografia de uma das máscaras que terá sido utilizada durante a "parada" à porta da sede da SOS Racismo e explicou o alegado motivo da "manifestação".

"As máscaras simbolizam o anonimato, pois são pessoas, cidadãos que se uniram silenciosamente para mostrar a repugna para com o falso vitimismo perante a Pátria que os acolheu", acusa a página.

 

Bom dia, como não poderia deixar de ser, o excelentissimo mamadou ba do SOS racismo, ou seja lá o que isso representa,...

Publicado por MAL. - Movimento Armilar Lusitano em  Segunda-feira, 10 de agosto de 2020

 

"Este senhor africano (Mamadou Ba) fez o que faz de melhor e começou a fazer-se de vítima", sublinha a publicação, exlicando que a ideia da máscara não mostra cobardia e simboliza a união das pessoas, "sendo elas de movimentos ou de partidos diferentes ou a partidárias que estejam fartos ou revoltados contra a inconsciência deste senhor e dos seus lacaios".

A página refere ainda que ninguém fez ameaças e, "diferentemente das manifestações de esquerda", esta passou-se sem problemas e com civismo.

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