Casal milionário acusado de desviar milhões continua a monte em Espanha - TVI

Casal milionário acusado de desviar milhões continua a monte em Espanha

  • 18 abr 2018, 17:58
Adrián Velásquez e a mulher Claudia Díaz Guillén (Venezuela)

Claudia foi enfermeira do defunto presidente venezuelano Hugo Chávez. Com o marido Adrián Velásquez, terá desviado um 20 mil milhões de euros na Venezuela, lavados através do esquema dos Panama Papers

Falso alarme. Na passada semana, o procurador-geral da justiça venezuelana, Tarek William Saab, chegou a dar a notícia de contentamento pela captura do casal Claudia Patricia Díaz Guillén, de 44 anos, e Adrián Velásquez, de 38, em Espanha, acusados do desvio de muito milhões dos cofres do país sul-americano, de onde saíram após a morte do presidente Hugo Chávez, em 2013.

Coube à Guardia Civil espanhola desmentir a captura. Sendo que o casal milionário continua a ser procurado, admitindo-se fortemente que se esconda em Espanha.

Com Espanha à procura e meio mundo a fazer outro tanto, o casal continua em fuga, após o alegado saque de milhões de dólares que passaram depois por empresas de fachada criadas pelo escritório de Mossack Fonseca, o nome âncora do escândalo dos Panama Papers. Consigo, os dois venezuelanos disporão assim de um pesado "pé de meia" que Claudia terá arrecadado após conseguir a confiança do já doente presidente Hugo Chávez.

Enfermeira de estimação

Conta o jornal espanhol El Mundo, que a oportunidade bateu à porta de Claudia Patricia Díaz por via de um presidente Hugo Chávez já então muito debilitado. Até politicamente. No Hospital MIlitar, a enfermeira Claudia tê-lo-á acalmado com o versod e uma canção cubana: "Oiça, comandante. A vitória está próxima!".

Fábula ou realidade, certo é que Claudia se tornou íntima de Chávez. A sua enfermeira pessoal, que dele cuidou, até à hora da sua morte. E que pelo presidente foi nomeada para a Secretaria Nacional do Tesouro da Venezuela. Onde se tomam "decisões sobre a coordenação e planificação financeira do Setor Público Nacional". Ou seja, onde passavam milhões de dólares das vendas de petróleo venezuelano.

Estávamos no ano de 2003. Claudia era já casada com o capitão Adrián Velásquez, chefe de segurança de Hugo Chávez, que iria começar a criar empresas de fachada no Panamá e noutros paraísos fiscais.

Em 2013, ano da morte de Chávez, com a subida ao poder de Nicolás Maduro, o capitão Velásquez e a esposa Claudia tinham já como destino uma mansão junto ao com vista para o mar na República Dominicana. Mas seria solde pouca dura...

Panama Papers

Em 2016, com a eclosão do escândalo dos Panama Papers, que mostrou esquemas de lavagem de dinheiro de milionários de todo o mundo, uns conhecidos e outros, nem por isso, o próprio governo de Nicolás Maduro desencadeou a busca pelo casal, acusado dos desvio de milhares de milhões de dólares.

Segundo conta o El Mundo, em finais de abril desse ano, tentaram mesmo obter a nacionalidade espanhola, pagando em troca com alegados documentos que provariam o financiamento do partido de esquerda Podemos por parte do governo venezuelano de Chávez. A polícia considerou, contudo, que eram potenciais testemunhas com pouca ou nenhuma credibilidade.

Do lado venezuelano, entretanto, foi emitido um mandado de captura internacional. O procurador-geral nomeado pelo parlamento venezuelano Tarek William Saab considera-os como a chave-mestra para explicar um desvio dos cofres públicos de 25 mil milhões de dólares, pouco mais de 20 milhões de euros.

A polícia descobriu que se escondiam no País Basco espanhol e continua a procurar o casal Claudia e Adrián Velásquez. Que continua em parte incerta

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