Lewis Hamilton: «Sofri muito com racismo e isso fez-me mais forte» - TVI

Lewis Hamilton: «Sofri muito com racismo e isso fez-me mais forte»

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  • 27 set 2016, 14:57
Lewis Hamilton

Piloto inglês conta como lutou contra o preconceito desde pequeno

Lewis Hamilton foi o primeiro piloto negro da história da Fórmula 1. Essa condição foi algo com que teve de lidar, a exemplo do que teve de fazer desde pequeno: lidar com o preconceito e o prejuízo por ser negro. Essa luta travada desde cedo, com feridas sofridas, foi também o que o tornou mais forte – com o sucesso na F1 a ser ele também um reflexo desta sua afirmação.

O tema do racismo foi sendo introduzido numa entrevista que Hamilton deu à «Complex» por comparação com outras estrelas do desporto como Tiger Wood ou as irmãs Williams que, sendo negros e vingando em desportos maioritariamente praticados por caucasianos, não deixaram de sofrer com o preconceito da cor da pele.

O piloto inglês abordou o tema também através de uma comparação. «Eu relaciono muito a minha vida com o filme “Cool Runnings”», assumiu Hamilton contando por que o filme de 1993 (com o título em português «Jamaica Abaixo de Zero») é um dos seus «favoritos».

«Nunca tinha havido uma equipa jamaicana de bobsleigh. Quando eles iam ter com as pessoas a dizer “Quer patrocinar a equipa de bobsleigh da Jamaica?” as pessoas riam», conta o piloto de 31 anos como enquadramento para a sua recordação pessoal: «O meu pai contava-me que ia a uma série de empresas [perguntar]“Gostaria de patrocinar o primeiro piloto de Fórmula 1 negro?” E eu imaginava-os a fazerem a mesma coisa. E agora, provavelmente, estão [a dizer]“m****”.»

Hamilton recorda os «fins de semana todos iguais» desde os tempos dos karts, em que «todos os olhos» estavam neles, questionando «o que estão eles aqui a fazer», eles que eram «a única família negra» lá. Sim, «é claro» que aquilo o fez ser como é: «Eu sofri muito racismo crescendo onde cresci. Acossado na escola. Garantidamente que me encorajou. São como feridas de guerra: saímos do outro lado e ficamos mais fortes.»

«O meu pai dizia-me sempre “fala o que tens a falar na pista”. Por isso, desde o primeiro dia, sempre disse na pista o que tinha a dizer», conta Hamilton recordando os conselhos do pai para deixar «os resultados falarem mais alto» do que tudo, que não tinha de dizer nada «àquelas pessoas. Mas nem sempre foi fácil manter-se fiel ao princípio: «Havia miúdos que diziam coisas, professores que me diziam “Nunca irás ser um piloto de corridas. Nunca vais conseguir algo que seja”. Simplesmente a tentarem mandar-nos a abaixo.»

Agora, com o passar dos anos, Hamilton já nem os ouve: «Houve uma altura em que eu, de facto, me importava. Acho que com a idade cheguei ao ponto em que não preciso da vossa validação. Conheço o meu coração. E sei quão duro trabalhei. Sei quais são os meus valores. Sei o amor que tenho pela minha família. Sei quem sou como pessoa.»

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