Elis Regina: um metro e meio de genialidade deixou-nos há 35 anos - TVI

Elis Regina: um metro e meio de genialidade deixou-nos há 35 anos

Uma mistura de álcool, cocaína e barbitúricos matou a Pimentinha. Esta quinta-feira, passam 35 anos desde que se calou a voz que encantava o Brasil e o mundo

Vinicius de Moraes, o poeta, cantor, compositor, diplomata, jornalista e senador da arte de bem viver, alcunhou-a de "Pimentinha". Mas Elis Regina, no seu 1,53 de altura de fraca figura, ficou sobretudo conhecida pela voz de um timbre límpido e inconfundível. E uma genialidade que lhe permitiu cantar tudo e de tudo: da Bossa Nova ao Jazz, do Samba ao Rock, assim conseguiu bem cedo o estatuto de figura maior da MPB, a Música Popular Brasileira.

Amiga desde sempre, a jornalista Regine Echeverria escreveu a biografia da cantora. Deu-lhe o título de "Furacão Elis", outras das alcunhas da menina nascida em 1945, em Porto Alegre, a capital do Estado gaúcho do Rio Grande do Sul.

Como um furacão, Elis Regina foi imprevisível, devastadora e desapareceu quando menos se esperava. Tinha 36 anos. Teria hoje 71.

Canções para sempre

Aos 13 anos, em dezembro de 1958, Elis cantava na Rádio Gaúcha e três anos mais tarde, já no Rio de Janeiro, gravou o seu primeiro disco.

É na década de 60 do século passado que se aproxima dos expoentes maiores da chamada Bossa Nova. Além do inspirador e sempre inspirado poeta Vinicius de Moraes, os músicos João Gilberto e António Carlos Jobim.

Entre as interpretações de Elis de clássicos da Bossa Nova, o difícil é escolher. Mas "Águas de Março" é uma daquelas canções, para sempre.

Jazz e outras paragens

O sucesso de Elis no Brasil rapidamente galgou fronteiras. Em 1968, viaja até à Europa e repete no mesmo ano duas atuações no Olympia de Paris.

Em 1979, ficou célebre a sua prestação no Festival de jazz de Montreaux, na Suíça, que seria editada em disco já após a sua morte.

A sua capacidade vocal permitiu-lhe cantar um pouco de tudo, incluindo velhas canções que são marcas do Brasil com roupagens musicais extremamente arrojadas. Às quais juntava a sua capacidade teatral em palco.

O seu espetáculo "Falso Brilhante", que levou aos placos entre 1975 e 1977, foi entendido como um grito de contestação à ditadura militar brasileira. Ficou para sempre a versão de "Aquarela do Brasil", um clássico de Ari Barroso, com uma interpretação única de Elis Regina.

 

 

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