A noite de estreia do Hip Hop em Paredes de Coura - TVI

A noite de estreia do Hip Hop em Paredes de Coura

  • João Guilherme Ferreira
  • 18 ago 2018, 03:26
O Vodafone Paredes de Coura em vista aérea

O terceiro dia fica marcado pela estreia, atribulada, do Hip Hop, um pedido de desculpas pela política externa norte-americana e a mensagem política das Pussy Riot

O último concerto do dia foi o primeiro de um rapper no Vodafone Paredes de Coura. O britânico Skepta regressou a Portugal depois de uma passagem discreta por terras lusas em 2015, no Festival Zona Não Vigiada. O rapper trouxe consigo as músicas do EP Vicious, que conta com as colaborações de A$AP Rocky, no tema “Ghost Ride” e Lil B em Sit Down.

 

 

 

 

 

O concerto fica, inevitavelmente, marcado pela saída do rapper minutos depois de ter entrado em palco. O público arremessou alguns objetos contra Skepta e o britânico avisou que saía do palco caso o público não parasse. Alguns minutos depois, a ameaça tornou-se realidade e o rapper saiu do palco. O público gritou o nome do artista que acabou por voltar para terminar o concerto.

 

No final os espectadores “fizeram as pazes” com Skepta que acabou por descer até ao fosso que separa o público e o palco. O rapper despediu-se do festival com o seu nome entoada em coro pelos festivaleiros

 

A subida ao palco de Lucy Dacus marcou a estreia da banda, este ano, nos palcos europeus. Foi com uma voz feminina, do country, que abriu o palco Vodafone.

 

O público ouviu, descontraído e sentado na relva temas como “Everybody Else”. A cantora pediu ainda desculpa pelo comportamento dos Estados Unidos, o país que a viu nascer em 1995, e deixou uma mensagem de esperança com a música “Nonbeliber”.

 

“Peço desculpa pelo comportamento do meu país”, disse Lucy Dacus

 

No palco principal Kevin Morby quebrou a promessa que fez aos fãs. O norte-americano prometeu aos fãs que ia usar uma camisola do FC Porto, mas optou por usar uma macacão azul.

 

O cantor indie rock presenteou os fãs com músicas do álbum “City Music”, que retrata as cidades pelas quais o cantor passou e não esqueceu. Houve ainda tempo para uma homenagem aos Ramones, com “1234”.

 

Diretamente de Los Angeles para Paredes de Coura, DIIV trouxeram de novo o rock ao anfiteatro natural, depois do dia anterior marcado pelo crowd surfing. A banda apresentou “Is The Is Are”, lançado em 2016, cinco anos depois da última passagem pelos palcos nacionais.

 

Com um interregno menor entre concertos em Portugal, os Slowdive fizeram a terceira aparição do ano, em palcos portugueses, no Vodafone Paredes de Coura, depois dos concertos em Lisboa e Porto no mês de Março. No anfiteatro presentearam os fãs com o álbum homónimo lançado no ano passado.

 

 

 

 

 

Para lá do palco principal

 

Longe do recinto, numa pedreira de Paredes de Coura, os Imarhan ofereceram rock árabe aos 50 “sortudos” que conseguiram ser selecionados para assistir ao concerto num ambiente único.

 

A banda tuaregue, com origem argelina, deu tom à multiculturalidade do festival com músicas dos álbuns Temet e Imarhan. Apesar das letras árabes a banda defende que a música transcende fronteiras que “mesmo que o público não entenda a língua consegue sentir a música e perceber o tema”.

 

O dia fechou com a atuação das Pussy Riot no After Hours. O grupo feminista de punk rock deu conotação política ao festival com uma dedicatória a Oleg Sentsov, um cineasta detido pelo alegado envolvimento em atos terrorista na Crimeia.

 

A atuação começou com 25 factos que o grupo considera exemplos de discriminação, política, económica, social e de género. Em palco esteve a líder Nadezhda Tolokonnikova acompanhada por “duas bailarinas” e um dj.

 

Antes do concerto Nadezhda foi entrevistada pela TVI24 e revelou que aos 17 anos passou por Portugal durante viagem à península ibérica, que fez disfarçada de rapaz. Uma aventura da qual revela ter “ótimas recordações”.

 

Para o último dia está reservado o concerto da auto-denominada melhor banda do mundo. Os Arcade Fire sobem ao palco à 1h da manhã, um dia para o qual os bilhetes esgotaram há vários dias.

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