É a confirmação do otimismo do Governo, vezes sem conta elogiado pelas instituições internacionais. Portugal está a crescer mais e chegou aos 2,8% nos primeiros três meses de 2017. Desde o último trimestre de 2007 que a economia não crescia tanto, em termos trimestrais, revelam os dados finais do Instituto Nacional de Estatística (INE). Iguais face aos preliminares de há cerca de duas semanas.
De acordo com o INE, "esta evolução resultou do maior contributo da procura externa líquida, em consequência da aceleração mais acentuada das exportações de bens e serviços que a observada nas importações de bens e derviços".
E se é verdade que as exportações de bens dão um contributo fundamental para os números, ao revelarem um crescimento de 9,2% no primeiro trimestre, em termos homólogos. Também é verdade que as exportações de serviços - o turismo - cresceu 10,9% em relação ao mesmo período de 2016.
No conjunto, as exportações de bens e serviços em volume, registaram "um crescimento mais intenso no 1º trimestre, passando de uma variação homóloga de 6,6% no 4º trimestre para 9,7%, com ambas as componentes, bens e serviços, a contribuírem no mesmo sentido", diz o INE.
Variações homólogas | 1º trimestre 2016 | 1ª trimestre de 2017 |
Exportações | 3,6% | 9,7% |
Bens | 3,8% | 9,2% |
Serviços | 3,2% | 10,9% |
Importações | 4,8% | 8% |
Bens | 5,3% | 7,7% |
Serviços | 1,4% | 10,4% |
Investimento a dar empurrão à procura interna
Outro dos grandes impulsos para o crescimento económico do trimestre foi o investimento. O ministro das Finanças, Mário Centeno, tinha dito, e estava certo: o investimento foi um dos motores dos 2,8% [de crescimento da econoimia] agora apresentados pelo INE. Segundo os dados, a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) - Investimento - chegou aos 5,5% em termos homólogos. Com o investimento em Outras Máquinas e Equipamentos a chegar a uma variação de 15% comparativamente com os primeiros três meses de 2016.
Investimento | 1º trimestre de 2016 | 1º trimestre de 2017 |
Total | -2,1% | 5,5% |
Outras maquinarias e equopamentos | 12,3% | 15% |
Já a procura interna "manteve um contributo positivo elevado, embora inferior ao do trimestre precedente, verificando-se uma desaceleração do consumo privado e uma aceleração do Investimento".
Variação homóloga | 1º trimestre de 2016 | 1º trimestre de 2017 |
Procura Interna | 1,5% | 2,2% |
Consumo privado (despesas de consumo de famílias e residentes) | 2,5% | 2,2% |
Consumo público (Despesas de consumo do Estado) | 1,3% | -0,4% |
Investimento | -2,1% | 5,5% |
Comparativamente com o quarto trimestre de 2016, o PIB aumentou 1% em termos reais. "O contributo da procura externa líquida para a variação em cadeia do PIB passou de negativo para positivo, refletindo o maior aumento das exportações de bens e de serviços face ao registado pelas importações de bens e serviços". O contributo da procura interna diminuiu de forma expressiva devido, principalmente, ao contributo negativo da Variação de Existências. O consumo privado e a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) registaram crescimentos positivos embora menores que os observados no trimestre anterior.