Mário Alberto Nobre Lopes Soares morreu na tarde deste sábado, no Hospital da Cruz Vermelha, após um longo internamento. O Governo decretou três dias de luto nacional e o funeral terá honras de Estado.
Mário Soares encontrava-se internado desde o dia 13 de dezembro, tendo sido transferido no dia 22 dos Cuidados Intensivos para a "unidade de internamento em regime reservado" do Hospital da Cruz Vermelha, depois de sinais de melhoria do estado de saúde.
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No entanto, no dia 24 de dezembro, um agravamento súbito da situação clínica obrigou ao regresso do antigo chefe de Estado à Unidade dos Cuidados Intensivos.
No dia 31 de dezembro, dia da última atualização feita pelo hospital sobre o seu estado de saúde, Mário Soares continuava em "coma profundo", mas "estável e com parâmetros vitais normais".
Depois, algumas pequenas melhorias não foram suficientes para que Soares voltasse a sair dos cuidados intensivos. A sua situação clínica agravou-se nas últimas horas, segundo apurou a TVI, acabando por não resistir.
Morreu na "presença constante" dos filhos
O diretor clínico do Hospital da Cruz Vermelha, Manuel Pedro Magalhães, informou na tarde de sábado que o antigo Presidente da República Mário Soares faleceu às 15:28, na “presença constante” dos seus filhos, Isabel e João Soares.
Foi uma informação prestada aos jornalistas, sem direito a perguntas, cerca das 16:45 de sábado.
João Soares agradeceu "os cuidados" que o Hospital da Cruz Vermelha teve para com o seu pai nos seus últimos dias de vida.
Mário Soares foi um político que não deixou ninguém indiferente pela vida fora. O atual Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, enalteceu o facto de ter sido "sempre o mesmo homem, sempre a mesma causa: a Liberdade".
Também o primeiro-ministro, António Costa, lembrou a partir da Índia, onde se encontra em visita oficial, que “perdemos hoje aquele que foi o rosto e voz da nossa liberdade”.
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7-12-1924 a 7-01-2017
Mário Soares, nascido a 7 de dezembro de 1924, foi o segundo Presidente após a revolução de 25 de abril de 1974, sucedendo a Ramalho Eanes. Exerceu o cargo entre 1986 e 1996.
Soares foi o 17.º Chefe de Estado de Portugal, após a instauração da República Portuguesa.
Em 1973, fundou o Partido Socialista na Alemanha.
Foi também ministro dos Negócios Estrangeiros - após a revolução democrática de 1974, que celebrou no exílio em Paris - e primeiro-ministro, após as eleições de 1975, cargo que voltaria a ocupar entre 1983 e 1985, quando subscreveu a adesão de Portugal à então Comunidade Económica Europeia (CEE).