Presidenciais: Santana Lopes pede «tempo» para tomada de decisões - TVI

Presidenciais: Santana Lopes pede «tempo» para tomada de decisões

«Aqui há uns anos preferia o poder, hoje tornei-me muito desprendido e relativizo muito as coisas. Já soube o que é ter muito poder e ficar sem nenhum.»

Ex-presidente do PSD diz que não existe uma «regra absoluta» na democracia portuguesa que dite que as eleições têm de ser disputadas entre um candidato da direita e um candidato da esquerda

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O ex-presidente do PSD Pedro Santana Lopes aconselhou, esta quinta-feira, as pessoas a estudarem a história da democracia portuguesa antes de falarem sobre presidenciais, aguardando «o tempo adequado para cada um tomar as suas decisões» relativamente a essas eleições.

À margem de uma sessão da Academia Sá Carneiro, organizada pela concelhia do PSD/Porto, Pedro Santana Lopes foi questionado pelos jornalistas sobre uma eventual candidatura às eleições presidenciais de 2016, disse estar à espera «que o tempo adequado chegue para quem tem decisões para tomar nessa matéria o faça».

«O único conselho que dou é que as pessoas estudem a história da democracia portuguesa, a história dos vários atos eleitorais, estudem as datas, os calendários. Estudem antes de falarem. Vejam o que é que ensina a história da democracia portuguesa», desafiou, considerando que não é possível estabelecer dogmas.

Santana Lopes reafirmou assim a posição que tomara há semanas: «ninguém deve ser excluído nem se deve tentar reduzir as presidenciais a uma disputa a dois, isso não existe».

«Acho que nenhuma das pessoas faladas nessa matéria deve ter nenhuma decisão tomada, de certeza absoluta. É muito difícil tomar decisões fora do tempo certo. Qual é o tempo certo? Isso depende de cada um. Mas decisão tomada não», garantiu.

Na opinião de Santana Lopes, «é um ato de liberdade quem queira tomar essa decisão suprema de enormíssima responsabilidade de se candidatar ao mais alto cargo do Estado».

«Conheço muito bem o tema e como ouço muitas vezes falar pessoas que não digo que desconheçam, mas pelo menos comem muito queijo de certeza absoluta porque esquecem-se daquilo que é a história da democracia portuguesa. E ela ensina que as regras que se enunciam hoje em dia - só um candidato à esquerda, só um à direita - nada disso é regra absoluta», atirou.

Na opinião do social-democrata, «há muita variável que ninguém pode controlar neste momento, que estão ainda muito indefinidas e portanto é muito cedo».

«A democracia é liberdade e vamos aguardar o tempo adequado para cada um tomar as suas decisões», enfatizou.

Interrogado sobre aquilo que é crucial para tomar a decisão de avançar efetivamente, Santana Lopes escusou-se a falar mais sobre o tema. «Não devo dizer mais», respondeu.

«O que eu já disse causou aí algum nervosismo. Imagine se eu dissesse mais alguma coisa. Eu quero que as pessoas estejam todas calmas e serenas, não se inquietem, não se enervem. Temos muitas outras coisas para preocupar», concluiu.
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