Governo admite poder-se atirar a matar na guarda de material militar - TVI

Governo admite poder-se atirar a matar na guarda de material militar

  • PD
  • 16 jan 2018, 20:22
Tancos - Paióis

Ministro da Defesa revelou estar a rever as regras aplicadas aos militares responsáveis pela guarda de material de guerra. Uso de "força letal" está em poderação

O governo está a rever as regras aplicadas aos militares responsáveis pela guarda de material de guerra, ponderando o uso de “força letal”, por considerar que as limitações atuais “podem ser excessivas”, revelou esta terça-feira o ministro da Defesa.

Questionado pelo deputado do CDS-PP João Rebelo, na audição parlamentar na comissão de Defesa Nacional, Azeredo Lopes revelou que o ministério está a avaliar a “questão de saber quais são os meios de defesa alocados a quem tem à sua guarda armamento militar e de guerra”.

Em que condições se pode recorrer à força, até à força letal, está em discussão, ainda no interior da Defesa Nacional e por impulso do Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, a possibilidade de olhar com mais realismo para aquelas que podem ser limitações excessivas neste plano”, declarou.

O ministro da Defesa recusou a ideia, que disse estar a ser propagada nos meios “jornalísticos e políticos”, de que “nada se sabe” sobre o furto de Tancos, divulgado no final de junho pelo Exército.

Já se sabe muitíssima coisa, já se sabe porque é que aconteceu, já se saber que há décadas que havia uma incúria que nos responsabiliza a todos relativamente a uma questão que dizia respeito a uma das funções primordiais das Forças Armadas”, disse.

Futuramente, acrescentou, “não podem faltar recursos financeiros para a segurança do material militar à guarda das Forças Armadas”.

O ministro desafiou “quem quiser a dizer que os furtos não poderiam ter ocorrido no passado” e, defendeu, “a fava saiu ao atual titular da pasta como podia ter calhado a outro titular”.

Azeredo Lopes sustentou que “hoje está documentalmente demonstrado da ausência de investimentos credíveis e sérios na questão da segurança dos paióis nacionais, paiolins e instalações militares”.

O ministro sustentou que “a responsabilidade política do ministro da Defesa não é guardar paióis, é enfrentar a questão que desconhecia e levar até ao fim a recuperação da segurança” e recusou fazer uma incursão “pelo século XX” para encontrar nos seus antecessores os culpados pela falta de investimento que referiu.

Na audição parlamentar, Azeredo Lopes sublinhou que o Exército está prestes a concluir “o que era seu dever fazer”, destacando que o ramo “soube enfrentar um problema que era muito grave”.

Para o governante, o Exército “soube enfrentar um problema que não podia ser desconhecido para muita gente dentro” do ramo e de determinar “uma auditoria própria”, para além da colaboração com a auditoria do ministério da Defesa Nacional.

Falta agora, disse, a “execução plena” das medidas estruturais de reforço da segurança que se aplicam “aos três ramos” e não apenas ao Exército.

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