O Ministério dos Negócios Estrangeiros emitiu um comunicado onde desaconselha as "deslocações não necessárias" a Paris neste sábado. Na nota, desaconselha ainda as viagens à Ilha da Reunião, onde se "têm verificado problemas".
"Embora não se possa prever exatamente o que irá acontecer no próximo fim-de-semana há, por parte das autoridades francesas, a indicação de que no dia 8 (Sábado) irão continuar as manifestações em Paris, existindo forte possibilidade de confrontos. (...) Face a isto, recomenda-se no dia 8 de dezembro evitar deslocações não necessárias a Paris, especialmente às zonas mencionadas supra, seguir os conselhos das autoridades e sobretudo evitar quaisquer concentrações de manifestantes", lê-se no aviso.
O Governo português recomenda ainda que os "viajantes se mantenham informados sobre a evolução" das manifestações através das apps dos transportes públicos, da imprensa e das redes sociais, "mas seguindo apenas as contas oficiais (i.a. das Préfectures de Police e das Mairies, sobretudo a de Paris)".
"A Mairie de Paris anunciou que vai divulgar, através de redes sociais e dos vários painéis informativos espalhados pela cidade, informação sobre zonas a evitar. Adicionalmente, vários monumentos e museus, incluindo os mais emblemáticos, estão encerrados e vários eventos desportivos, culturais e associativos têm sido cancelados ou adiados", alertam.
A emblemática torre Eiffel estará fechada no sábado, tal como uma dezena de museus em Paris, para prevenirem qualquer impacto de uma possível manifestação marcada pela violência.
Desde terça-feira que o Governo se esforça por acalmar a ira dos 'coletes amarelos', mas os ativistas prometem ainda mais entusiasmo para o quarto sábado consecutivo de manifestações no centro de Paris.
A decisão, anunciada quarta-feira, de suspender aumentos de impostos não chegou para acalmar os ânimos, com os porta-vozes do movimento a dizerem que “vieram tarde e sabem a pouco”.
No sábado, teme-se mais cenas de violência, já que ao movimento juntaram-se grupos de jovens encapuzados, sem que se lhes conheça motivações políticas assumidas.
Há três semanas que os franceses saem à rua, bloqueando rotundas e autoestradas do país, primeiro para exigir a suspensão de um novo imposto sobre os combustíveis, mas depois também para denunciar o empobrecimento.