Trabalhadores do BPP queixam-se de «extrema pressão» - TVI

Trabalhadores do BPP queixam-se de «extrema pressão»

  • Rui Pedro Vieira
  • 30 jul 2009, 19:42
BPP terá desviado 40 milhões para paraísos fiscais

Muitos dos funcionários são também clientes do «Retorno Absoluto»

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Os trabalhadores do Banco Privado Português (BPP) estão preocupados com o futuro da instituição, sentem-se pressionados e criticam os chumbos que têm sido feitos às propostas para salvar o banco.

«Até agora ninguém falou nos colaboradores. Fala-se em deixar falir o BPP como se não houvesse pessoas a trabalhar no BPP que dependem dos seus salários para viver», refere o representante Miguel Pereira Trindade, que expôs nesta quinta-feira, na Comissão de Orçamento e Finanças, as questões que preocupam os colaboradores.

Os trabalhadores do BPP lembram que já passaram mais de nove meses desde que o o banco declarou estar em dificuldades e dizem que «têm mantido sempre, em todo este período, uma atitude de total empenhamento, dedicação e profissionalismo, sem a qual não seria sequer possível manter o banco a colaborar com a sua administração e com as autoridades».

Um quarto dos trabalhadores já saiu do BPP

Ministro gostava de ter solução esta semana para BPP

Miguel Pereira Trindade diz ainda que há vários colaboradores a receber apoio psicológico e com baixa médica devido à extrema pressão em que vivem, muitos deles também clientes do chamado «Retorno Absoluto».

Saídas de pessoal podem gerar problemas

O BPP tem sofrido um aumento nas saídas de colaboradores, o que, a continuar, irá criar sérios problemas e vir mesmo a incapacitar o BPP de resolver os actuais problemas e esclarecimento de situações para com os clientes e autoridades. É pelo menos essa a posição de quem ainda lá está.

«Os colaboradores vivem diariamente e intensamente os problemas dos clientes, com quem estão solidários, e do banco. Têm tentado resolver o que podem e esclarecer o que sabem e partilham das mesmas angústias e incertezas dos clientes», refere Miguel Pereira Trindade.

Além disso, o grupo de funcionários critica o chumbo das propostas de salvamento do banco. No entender dos mesmos, a administração provisória «apresentou diversas propostas, sérias e vantajosas tanto para o Estado como para os clientes, como para os trabalhadores, todas liminarmente recusadas pelo Ministério das Finanças, sem sequer serem analisadas aprofundadamente».

Chumbo da proposta da Orey incompreensível

Os colaboradores não entendem particularmente como é que as propostas da administração do BPP apresentadas em Fevereiro e em Abril últimos, e que possibilitavam reduzir em o risco de perda para o Estado e para os outros bancos, foram chumbadas sem, dizem, a «análise profunda que as mesmas exigiam».

Sobre a proposta da Orey Finance, Miguel Pereira Trindade diz que também não se percebe a razão do chumbo pelo ministro das Finanças, «mesmo antes de ter sido entregue no Banco de Portugal e por este apreciada.

«Mais ainda, não entendem porque não se aproveitaram dela alguns aspectos que a todos beneficiariam, pois poderia constituir uma boa base de trabalho como solução», refere.

Neste sentido, os colaboradores do BPP apresentaram esta quinta-feira aos membros da Comissão de Orçamento e Finanças as razões das suas queixas e a apreensão pela «deficiente avaliação das consequências de uma falência do Banco, como resultado das sucessivas recusas das várias propostas que têm sido apresentadas para a viabilização da instituição».
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