Portugal e Bélgica desmantelaram uma rede internacional de casamentos de fachada. Foram detidas, esta terça-feira, duas dezenas de pessoas nos dois países, por suspeitas de envolvimento neste rede que tinha como finalidade conseguir vistos, segundo a Europol.
Criminal gang recruiting Portuguese women into sham marriages dismantled thanks to close cooperation between @federalepolitie @policefederale @DNPSP @SEF_Portugal @eurojust and Europol. 20 suspects arrested.
— Europol (@Europol) 15 de janeiro de 2019
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O organismo europeu de polícia refere que foram detidas 17 pessoas na Bélgica e três em Portugal que pertencerão a um grupo de crime organizado que recrutava mulheres portuguesas para casarem com homens paquistaneses que nunca tinham visto antes, a troco de "vários milhares de euros".
A intervenção das autoridades, que constituíram uma equipa conjunta entre a Polícia Federal Belga e o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras português, aconteceu hoje em Lisboa e no Algarve e nas cidades belgas de Ieper e Bruxelas.
Para além das três detenções em Portugal, foram feitas nove buscas domiciliárias e apreendidos telemóveis e computadores.
Na Bélgica, foram detidas 17 pessoas em 18 buscas domiciliárias, em que foram descobertos 43 paquistaneses em situação irregular.
O esquema
Depois dos casamentos, os casais viajavam para a Bélgica, onde as mulheres se empregavam em empresas alegadamente de fachada, cujas ações compravam para permitir aos maridos a permanência na União Europeia, a obtenção de vistos de residência e de prestações sociais.
As mulheres dos casais transferiam entre si a propriedade das ações para possibilitar outros recrutamentos.
De um modo geral, as mulheres regressavam a Portugal e só voltavam à Bélgica ocasionalmente, para controlos policiais e das autoridades de imigração belgas.