TVI mostra condições sub-humanas em mais um lar - TVI

TVI mostra condições sub-humanas em mais um lar

  • Ana Leal
  • com imagem de Romeu Carvalho e edição de Filipe Freitas
  • 9 fev 2017, 19:55

Imagens mostram idosos confinados num espaço único, onde ficam durante todo o dia e onde dormem também. Uma reportagem da jornalista da TVI Ana Leal

A TVI testemunhou condições sub-humanas num lar de idosos em Aveiro. As imagens mostram os utentes, alguns acamados, confinados num espaço único, onde ficam durante todo o dia e dormem também.

As camas não são suficientes, há quem durma num vão de escadas e ali passe o dia inteiro, apurou a investigação da TVI.

O espaço onde dormem é o espaço de lazer, tem falta de higiene e o cheiro é nauseabundo", contou a familiar de um utente.

As imagens mostram também casas de banho imundas e botijas de gás instaladas junto ao fogão. Um cenário de miséria humana, indiferente a quem por ali passa, como, por exemplo, o INEM, que quase "todos os dias" ali vai buscar um idoso e passa por "lixo, baldes cheios de fraldas, baldes com comida para os porcos, porque há porcos nas traseiras" do lar, denunciou outro familiar.

O lar está ilegal e é já a terceira vez que o proprietário abre mais um espaço clandestino. Perante as câmaras da TVI, não teve receio em afirmar que vai continuar a fazê-lo, "uma quarta, uma quinta vez...".

Acredito que têm boas condições (...). Quando nem os familiares os conseguem aguentar..., falar é fácil (...). Por que uma pessoa acamada precisa de nove metros quadrados se só precisa de uma cama?", questionou o proprietário, João Rocha.

"O espaço [em que estão todos juntos] está quente, está bom e, se olharmos bem, está muito melhor do que muitos têm em casa", defendeu, ainda.

Neste lar, os utentes pagam "entre 300 e 550 euros", dependendo dos rendimentos.

Sobre as acusações de ali servirem comida fora de prazo, como iogurtes e papas, o proprietário admitiu que já aconteceu, mas por "falta de cuidado da funcionária".

Pelo menos uma denúncia de um familiar já chegou aos serviços da segurança social de Aveiro, a 30 de janeiro.

Tudo me chocou. Vivem num estado deplorável", disse uma familiar.

 

 

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