Militares da PJ e da GNR detidos no âmbito do roubo de armas em Tancos - TVI

Militares da PJ e da GNR detidos no âmbito do roubo de armas em Tancos

Diretor da PJ Militar é um dos visados. Operação "Húbris" na sequência da investigação às circunstâncias em que ocorreu o aparecimento em 18 de outubro de 2017, na região da Chamusca, de material de guerra furtado. Foram

Militares da Polícia Judiciária e da GNR foram detidos, nesta terça-feira, no âmbito da investigação ao roubo de armas em Tancos.

A TVI sabe que foram executados oito mandados de detenção, quatro para militares da PJ, um deles o diretor da Polícia Judiciária Militar, três para militares da GNR e um para um civil.

A TVI sabe também que um dos visados da GNR é o responsável pelo Núcleo de Investigação Criminal da Guarda em Loulé, que foi detido em casa. Os restantes dois militares da GNR detidos são dois soldados do mesmo núcleo.

Lima Santos era o responsável pelo Núcleo de Investigação Criminal da Guarda em Loulé, que liderou a operação de recuperação das armas roubadas em Tancos depois de alegadamente ter recebido um telefonema anónimo com a indicação do lugar exato das armas.

A detenção dos militares, fora de flagrante delito, foi executada pelos seus superiores hierárquicos, a pedido das autoridades judiciárias.

De acordo com comunicado da Procuradoria-Geral da República (PGR), "entre os detidos" da operação "Húbris", além dos militares, há ainda "um outro suspeito".

Foram também realizadas buscas em vários locais nas zonas da Grande Lisboa, Algarve, Porto e Santarém, envolvendo cinco magistrados do Ministério Público e cerca de uma centena de investigadores e peritos da Polícia Judiciária.

 Em causa estão factos suscetíveis de integrarem crimes de associação criminosa, denegação de justiça, prevaricação, falsificação de documentos, tráfico de influência, favorecimento pessoal praticado por funcionário, abuso de poder, recetação, detenção de arma proibida e tráfico de armas", indica a PGR.

O inquérito dirigido pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), com a colaboração da Unidade Nacional Contra Terrorismo (UNCT) e do Laboratório de Polícia Científica da Polícia Judiciária, investiga as circunstâncias em que ocorreu o aparecimento em 18 de outubro de 2017, na região da Chamusca, de material de guerra furtado em Tancos.

Os detidos serão presentes, quarta-feira, ao Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa, no Campus de Justiça, em Lisboa, para aplicação das medidas de coação.

O inquérito encontra-se em segredo de justiça.

O furto de material militar dos paióis de Tancos, entretanto desativados, foi revelado no final de junho de 2017. Entre o material furtado estavam granadas, incluindo antitanque, explosivos de plástico e uma grande quantidade de munições.

Em 18 de outubro, a Polícia Judiciária Militar recuperou, na zona da Chamusca, quase todo o material militar que tinha sido furtado da base de Tancos, à exceção das munições de 9 milímetros.

Contudo, entre o material encontrado, num campo aberto na Chamusca, num local a 21 quilómetros da base de Tancos, havia uma caixa com cem explosivos pequenos, de 200 gramas, que não constava da relação inicial do material que tinha sido furtado, o que foi desvalorizado pelo Exército e atribuído a falhas no inventário.

 

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