O dono do cão de raça rottweiler que na terça-feira atacou uma criança de quatro anos em Matosinhos ficou sujeito a Termo de Identidade e Residência, tendo o processo baixado a inquérito, decidiu o Ministério Público, nesta quarta-feira.
Foi ouvido durante duas horas pelo procurador do MP, no Tribunal de Matosinhos.
À saída do tribunal, o advogado de defesa, João Macedo, disse apenas que o processo está em segredo de justiça.
Na terça-feira, uma criança de quatro anos foi atacada por um rottweiler, em Leça do Balio, Matosinhos, tendo sido transportada para o Hospital de São João, no Porto, e submetida a uma cirurgia, encontrando-se estável.
A menina está livre de perigo, apurou a TVI. Sofreu ferimentos no couro cabeludo, num ombro e numa mão e foi sujeita a cirurgia plástica. Ao que a TVI apurou, a recuperação deverá ser "complicada".
O pai contou à TVI que estava na casa mortuária da Igreja do Padrão da Légua, em Leça do Balio, a assistir ao velório de um amigo, quando saiu com a filha e viu o cão a andar sem trela e açaime. Disse que avisou o dono, pedindo para que o prendesse, mas este respondeu-lhe de forma agressiva. O pai tirou-lhe uma fotografia, momento em que o cão ataca a menina de quatro anos.
O dono do cão, Márcio, de 24 anos, incorre em crimes de ofensa à integridade física negligente (por não ter o animal devidamente açaimado e com trela), ofensa à integridade física (por agressões ao pai da criança) e omissão do dever de auxílio (por ter abandonado o local após o ataque).
Além da menina, mais pessoas ficaram feridas do incidente. Entre as vítimas também se encontrava a mãe da menor, que também deverá ser operada ao braço.
O cão encontrava-se solto, sem trela e sem açaime, apesar de acompanhado pelo dono.
De acordo com a PSP do Porto, o alerta foi dado pelas 10:00, depois de um grupo de pessoas ter sido atacado por um cão de raça Rotweiller na Rua Padre Manuel Bernarde, em Leça do Balio. De acordo com a mesma fonte, o animal tinha "chip" e estava legalizado, mas no momento do ataque não tinha açaime.
Após o ataque, o dono fugiu do local, mas acabou por ser detido e notificado, pela PSP, para comparecer esta quarta-feira em tribunal.
O cão foi, entretanto, recolhido pelo canil municipal e vai ficar “de quarentena pelo menos durante 15 dias”.
Após esse período de quarentena, caberá ao tribunal decidir se o animal será ou não eutanasiado.