GNR baleado por Pedro Dias em exclusivo: "Eu era o próximo" - TVI

GNR baleado por Pedro Dias em exclusivo: "Eu era o próximo"

António Ferreira conta pela primeira vez o que aconteceu a 11 de outubro de 2016

O militar da GNR baleado por Pedro Dias falou pela, primeira vez, a um orgão de comunicação social. António Ferreira conta como Pedro Dias matou o colega da GNR mesmo à sua frente e como pensou que seria o próximo a ser abatido. Diz ainda, em entrevista exclusiva à TVI, que o que mais lamenta foi não ter conseguido salvar a vida do colega e amigo.

António Ferreira viveu meses de pânico até conseguir contar pela primeira vez o que aconteceu namadrugada de 11 de outubro de 2016.

O militar Ferreira e o colega, Carlos Caetano, encontraram uma carrinha perto de um local em obras, em Aguiar da Beira: Pedro dias dormia lá dentro.  Foram informados que o homem era perigoso e podia estar armado e, em segundos, Pedro Dias estava a apontar uma arma ao colega.

Quando me virei para a frente, já estava ele a apontar uma arma ao Caetano, disparou. Vejo o Caetano a cair, parecia um autêntico farrapo a cai no chão. E depois virou a arma para mim (...) eu era o próximo”.

Pedro Dias algemou António Ferreira e  disparou.

O ouvido dá um estalo e sinto o corpo a desfalecer completamente. Caio para a frente, ele agarra-me nos pés, arrasta-me. Trazia o blusão, esta parte subiu toda. Senti passar no meu peito, pedras, gestas, senti tudo aqui a passar”.

Ficou inconsciente até de manhã, até conseguir pedir ajuda a um colega militar. Ficou com uma bala alojada na cervical e passou meses de agonia.

Eu não me conseguia mexer. As coisas estavam muito complicadas".

Ao fim de mais de quatro meses de julgamento, Pedro Dias foi condenado a pena máxima: 25 anos de cadeia. Muito pouco para o militar Ferreira.

Acho que a pena de morte era pouco para aquilo que ele fez. O calculismo que ele teve naquele noite, remorsos nenhum, ainda por cima, passado algumas horas vai fazer compras para o Lidl, é uma pessoa que não tem sentimentos, não tem nada”.

António Ferreira tenta ainda recuperar do trauma daquela noite, mas carrega o peso de não ter conseguido salvar o colega e amigo: o militar Carlos Caetano.

O que mais lamento é não ter conseguido salvar a vida ao Caetano".

 

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