Tancos: ex-diretor da PJ Militar em silêncio em tribunal - TVI

Tancos: ex-diretor da PJ Militar em silêncio em tribunal

  • AM
  • 23 out 2018, 13:10

Coronel esteve hoje presente no Departamento Central de Investigação e Ação Penal, mas nada disse aos procuradores do Ministério Público.

O ex-diretor da Policia Judiciária Militar, coronel Luís Vieira, remeteu-se ao silêncio para preservar as instituições envolvidas no processo do reaparecimento das armas de Tancos. O coronel esteve hoje presente no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), a pedido dos procuradores responsáveis pelo processo da recuperação das armas de Tancos, mas nada disse aos procuradores do Ministério Público.

“O meu constituinte usou do direito legal de não prestar declarações, manteve as declarações do primeiro inquérito de arguido detido. Considera que o silencio é a melhor resposta e estamos cientes que tempo se vai encarregar de trazer toda a verdade”, disse aos jornalistas o advogado Rui Baleizão, após uma hora e meia de presença no DCIAP, acrescentando que o arguido não quer “perturbar e contribuir para mais intoxicação daquilo que é a informação que tem vindo a denegrir entidades e instituições”.

Rui Baleizão adiantou que o silêncio de Luís Vieira faz parte de uma estratégia de defesa, alegando que “é a melhor resposta que se pode dar às questões que eventualmente pudessem ser colocadas", considerando que "o tempo vai repor a verdade”.

“O meu cliente está mais preocupado com as entidades e instituições do que com ele próprio e considera que este silêncio é a melhor resposta para proteger entidades e instituições que estão a ser denegridas na praça pública”, acrescentou.

A defesa do coronel vai apresentar um recurso sobre a prisão preventiva de Luís Vieira, detido desde 25 de setembro, alegando que esta medida de coação "é injusta” em relação às medidas aplicadas aos demais arguidos da Operação Húbris, o processo que investiga o caso da recuperação das armas furtadas em Tancos.

A Polícia Judiciária deteve ainda outros três responsáveis da PJM, um civil, e três elementos do Núcleo de Investigação Criminal da GNR de Loulé.

Segundo o Ministério Público, em causa estão "factos suscetíveis de integrarem crimes de associação criminosa, denegação de justiça, prevaricação, falsificação de documentos, tráfico de influência, favorecimento pessoal praticado por funcionário, abuso de poder, recetação, detenção de arma proibida e tráfico de armas". O furto de material militar dos paióis de Tancos - instalação entretanto desativada - foi revelado no final de junho de 2017.

Entre o material furtado estavam granadas, incluindo antitanque, explosivos de plástico e uma grande quantidade de munições.

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