OCDE ouviu oito alunos portugueses sobre o que deve ser a escola - TVI

OCDE ouviu oito alunos portugueses sobre o que deve ser a escola

Para a OCDE, os estudantes não só têm razão como estão a apontar a direção certa aos decisores. Isto porque muitas das competências que serão necessárias no futuro não são ainda valorizadas na sala de aula

A Educação é para os estudantes, mas, muitas vezes, estes são pouco ouvidos nas decisões que afetam a sua vida escolar.

A OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico), uma das principais referências mundiais nesta área, quer mudar as coisas. E começou a juntar à mesa alunos e decisores.

A TVI esteve em Paris a acompanhar uma delegação de oito alunos portugueses. Jovens como o Tomás, de 14 anos, do Porto, que falou dos momentos difíceis que viveu no passado, quando não se sentia acolhido pela comunidade educativa. Tomás explicou que enquanto não se sentiu integrado não conseguiu intervir, fazer parte ou ter bons resultados escolares.

Durante um almoço de trabalho com o responsável da OCDE para Educação, Andreas Schleicher, e com o secretário de Estado da Educação português, João Costa, Tomás disse que é preciso promover contextos inclusivos e investir mais na saúde mental.

Sentir-se integrado  na escola, dizem estudos realizados em vários países, é tão ou mais importante do que os programas e os recursos existentes. Por isso, foi tomada a decisão ousada de incluir os alunos no projeto Educação 2030, de onde sairão recomendações para todo o mundo.

Portugal levou a maior delegação a Paris, sede da OCDE. Mas muitas preocupações eram comuns a várias nacionalidades. Os alunos de Hong-Kong, por exemplo, queixam-se de serem treinados para exames.

Já Margarida Leon, de 14 anos, do Seixal, criticou a falta de tempo para trabalhar outras competências que vão além dos exames.

Para a OCDE, os alunos não só têm razão como estão a apontar a direção certa aos decisores. Isto porque muitas das competências que serão necessárias no futuro não são ainda valorizadas na sala de aula.

Os projetos que trouxeram estes adolescentes a Paris chamam-se “Comparte” e "A voz dos alunos".

O objetivo é promover a troca de ideias, o trabalho em grupo e o contacto com diferentes realidades. No final, a expetativa não é apenas que os alunos digam o que pretendem ou não da escola do futuro mas que participem na definição dos próprios currículos.

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