Fogo ameaçou casas e obrigou a retirar 500 pessoas em Setúbal - TVI

Fogo ameaçou casas e obrigou a retirar 500 pessoas em Setúbal

  • AR/PP/SS/EC (atualizada às 07:53)
  • 25 jul 2017, 20:27

Mais de 100 bombeiros combateram as chamas na entrada da cidade. Um hotel e pelo menos cerca de uma centena de habitações foram evacuados

O incêndio que deflagrou na terça-feira à entrada da cidade de Setúbal já está dominado e os moradores da Reboreda e do Viso foram autorizados a regressar às suas casas pelas 23:30, informou a Proteção Civil Municipal.

A autorização foi transmitida pela Polícia de Segurança Pública a centenas de pessoas que se encontravam concentradas no largo Aquilino Ribeiro, constatou a agência Lusa no local.

Apesar da situação de pânico que se chegou a viver quando o incêndio ameaçava dezenas de prédios e habitações, os bombeiros contabilizam apenas dez feridos ligeiros, todos por inalação de fumos, sete dos quais foram transportados ao Hospital de São Bernardo e só uma moradia sofreu alguns danos na cobertura.

O incêndio que deflagrou cerca das 18:00 de terça-feira no Casal dos Combros, à entrada de Setúbal, propagou-se rapidamente, devido ao vento forte que se fazia sentir na cidade, a uma encosta de mato junto à zona urbana da Reboreda, com dezenas de moradias e de prédios, alguns dos quais com cinco pisos.

Muitas famílias tiveram de abandonar temporariamente as suas casas, bem como os hóspedes de uma unidade hoteleira, que foram distribuídos por outros hotéis do concelho de Setúbal. A evacuação decorreu de forma eficaz e não há conhecimento de qualquer incidente, mas o incêndio assustou os moradores da Reboreda e do Viso.

Fiquei muito assutada. O ano passado assisti ao incêndio de perto. Este ano não estava em casa, mas quando vi as chamas e o fumo, mesmo de longe, percebi logo que era muito mais grave. Prova disso é que o ano passado não precisaram de fazer nenhuma evacuação e este ano tiveram de retirar muitas pessoas das suas casas", disse à agência Lusa Donzília Cristóvão, moradora no Largo Aquilino Ribeiro.

Segundo a presidente da Câmara de Setúbal, Maria das Dores Meira, cerca de 500 pessoas tiveram de abandonar as suas casas devido a este incêndio.

O posto de comando da proteção civil foi instalado no Hospital da Luz, bastante próximo da zona onde deflagrou o incêndio. A unidade de saúde não chegou a ser afetada, devido à mobilização de um forte efetivo de bombeiros.

Penso que a medidas - evacuação de dezenas de prédios e habitações - foram adequadas. O fogo esteve muito próximo, lambeu as casas todas aqui à volta. O ano passado tivemos um incêndio idêntico, mas este ano foi muito pior", acrescentou Filipe Aldeia, morador na Reboreda.

Obrigada a sair de casa devido ao incêndio, Marília Rodrigues, de 67 anos, também assistiu preocupada ao desenrolar dos acontecimentos e só respirou de alívio quando recebeu autorização para regressar a casa.

"Ofereceram-nos a possibilidade de nos abrigarmos no Centro Paroquial da Anunciada, mas não foi preciso", disse.

Segundo a presidente da Câmara Municipal de Setúbal o incêndio atingiu uma zona de mato, num terreno em que a autarquia já tinha iniciado os procedimentos para a posse administrativa.

"A Câmara Municipal já tomou posse administrativa de 40 hectares, que nós limpámos em cerca de dois meses. Os proprietários, como é óbvio, terão de nos pagar cerca de 500 euros", disse Maria das Dores Meira.

Para o combate ao incêndio foram mobilizados cerca de 200 operacionais, apoiados por 63 viaturas, de todas as corporações de Bombeiros Voluntários da Península de Setúbal e mais duas dos distritos de Évora e de Lisboa.

Fonte da GNR disse à agência Lusa que a EN10, cortada ao trânsito ao final da tarde de terça-feira, no troço entre o hospital da Luz e a avenida General Daniel de Sousa, vai permanecer fechada até que estejam concluídas as operações de rescaldo do incêndio.

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