Arganil: autotanque caiu em ravina e feriu gravemente dois bombeiros - TVI

Arganil: autotanque caiu em ravina e feriu gravemente dois bombeiros

  • António Crespo
  • , com Lusa (Atualizada às 18:10)
  • 9 out 2017, 15:02

Dois elementos da corporação de Cantanhede ficaram feridos, devido a um acidente com um camião-tanque. Situação dos dois homens é grave mas, segundo apurou a TVI, não correm risco de vida

Dois bombeiros da corporação de Cantanhede ficaram feridos, com vários traumatismos - um deles em estado considerado muito grave - após uma colisão entre dois carros, tendo o camião-tanque que ocupavam caído numa ravina "com cerca de 30 metros", durante o combate às chamas nos concelhos de Arganil e Pampilhosa da Serra.

O acidente que envolveu dois veículos ocorreu na localidade de Teixeira. Segundo o comandante Carlos Pereira, da Proteção Civil, os bombeiros, de 41 e 38 anos, sofreram politraumatismos.

A reportagem da TVI testemunhou que o bombeiro em estado mais grave foi retirado de helicóptero - que levantou voo do local cerca das 16:30 - e encaminhado para uma unidade hospitalar em Coimbra.

A TVI24 apurou ainda junto de fonte dos serviços de emergência médica que o ferido mais grave, de 41 anos, será transportado num helicóptero do INEM para os Hospitais Universitários de Coimbra (HUC).

O outro bombeiro ferido seguiu para o hospital numa ambulância.

O alerta relativo ao acidente foi recebido pelos serviços de emergência médica quando eram 14:25.   

Os dois bombeiros da corporação de Cantanhede participavam no combate às chamas, que desde sexta-feira irromperam em Pampilhosa da Serra e alastraram depois ao vizinho concelho de Arganil, no distrito de Coimbra.

Duas frentes preocupam

Sobre o incêndio que tem vindo a lavrar em Arganil, o presidente da Câmara, Ricardo Alves, considerou ao início da tarde haver duas frentes no concelho que "preocupam mais", mas adiantou que as condições "são ligeiramente melhores" do que as registadas no domingo.

Neste momento [13:00], temos duas frentes que nos preocupam mais (...). Houve reforço dos meios aéreos, as condições são ligeiramente melhores do que ontem [domingo] e estamos a tentar concentrar os meios no sentido de procurar resolver o problema", disse à agência Lusa o autarca deste município do distrito de Coimbra.

Ricardo Alves explicou ainda que a Mata da Marganaça esteve em risco na noite de sábado para domingo, mas que com a ajuda de um grupo de reforço foi possível debelar a situação e evitar que o incêndio entrasse naquela zona protegida.

Já quanto aos meios no terreno, adiantou, que neste momento, são os possíveis: "Registo apenas o aumento do número de meios aéreos, o que de facto é fundamental. Chegámos a ter seis meios aéreos a operar esta manhã".

O autarca disse que está a ser feito tudo para que o incêndio seja dado como dominado o mais rapidamente possível.

Contudo, sublinhou "algumas cautelas e precauções", visto que podem surgir fenómenos de vento e de temperatura.

O fogo, que teve início pelas 23:20 de sexta-feira, em povoamento florestal próximo de Castanheiro, localidade da freguesia de Fajão e Vidual, no município de Pampilhosa da Serra, alastrou ao concelho de Arganil.

Seis meios aéreos estão desde o início da tarde a combater as chamas em Pampilhosa da Serra, Coimbra, num incêndio que se estendeu ao município de Arganil e que obrigou a ativar os planos municipais de emergência nos dois concelhos.

Segundo os dados disponíveis a página da ANPC, o fogo, que começou na noite de sexta-feira em Pampilhosa da Serra e já se estendeu a Arganil, é o que mais meios mobiliza: 623 operacionais, 185 meios terrestres e seis meios aéreos (dois helicópteros e quatro aviões).

Regresso à aldeia

Em Pampilhosa da Serra, os habitantes da aldeia de Vidual regressaram às suas casas durante a madrugada, segundo o presidente da Câmara.

O combate [ao fogo] está a decorrer com normalidade, porque o vento diminuiu de intensidade, está muito mais calmo. As frentes mais preocupantes são três, uma em direção a Malhada do Rei, outra em direção a Ceiroco e Camba, e outra em direção a Castanheira da Serra", afirmou à agência Lusa o presidente deste município do distrito de Coimbra.

José Brito explicou ainda que no domingo foi evacuada a aldeia do Vidual, de onde foram retirados 10 habitantes, sendo que os restantes ficaram no local a ajudar os bombeiros e as equipas no terreno.

A evacuação da aldeia registou-se depois da ativação do plano municipal de emergência, às 17:00 de domingo, que, segundo o autarca, se ficou a dever ao aumento da intensidade do vento que se fez sentir a partir das 15:00.

O plano municipal de emergência foi ativado ontem [domingo] às 17:00 e deveu-se ao facto de a partir das 15:00 a intensidade do vento ter sido muito forte e de ter mudado de direção, facto que motivou a abertura de mais frentes de incêndio e tivemos que evacuar o Vidual. Foram retiradas 10 pessoas, porque as restantes preferiram ficar a ajudar", disse.

O autarca sublinhou que as 10 pessoas retiradas do Vidual regressaram às suas casas durante a madrugada.

Já quanto ao trabalho no terreno, disse que os meios aéreos têm tido dificuldades de atuar em alguns locais, sobretudo devido ao fumo intenso.

Os meios aéreos têm dificuldades em alguns sítios devido ao fumo e vão atuando consoante as circunstâncias", frisou.

Sobre os restantes meios no terreno, José Brito realçou que são os possíveis: "Há muitos bombeiros exaustos. São os possíveis e temos de trabalhar com eles o melhor possível".

Contudo, adiantou que hoje, apesar de haver frentes ativas de grande dimensão, o combate está a correr bem.

Vamos ver se não há alteração do vento, da intensidade, porque tem sido o nosso principal inimigo juntamente com os grandes declives e as dificuldades no acesso. Se tudo assim continuar a decorrer, penso que ao final do dia poderemos ter melhores notícias", concluiu.

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