O que fazer em caso de incêndio - TVI

O que fazer em caso de incêndio

  • Rafaela Berteotti
  • 21 jun 2017, 16:02

Conheça os procedimentos a adotar em caso de incêndio florestal

Com os fatídicos incêndios que têm assolado o país, é importante saber como agir perante um cenário de catástrofe, para que também se evitem novas tragédias como a que fez 64 mortos em Pedrógão Grande.

A TVI24 recolheu uma lista de comportamentos a adotar com base em conselhos da Proteção Civil.

1 - Ligue o 112 

Se for surpreendido pelo início dum incêndio florestal, contacte de imediato os bombeiros e as forças de Segurança (GNR ou PSP), utilizando para o efeito o número de emergência.

2 - Fique em casa

A melhor opção é ficar em casa e fechar as janelas e as portas. Deste modo, evita que o fumo entre na habitação.

De acordo com Presidente do Centro de Estudos de Intervenção em Proteção Civil, Duarte Caldeira, "nunca deve sair de qualquer forma de casa, porque, na proximidade do incêndio, a pessoa confronta-se com um ambiente que é hostil", onde está naturalmente em pânico.

3 - Desligar as fontes de energia

Desligue a luz e o gás. Esta é uma regra de segurança fundamental para evitar uma explosão.

4 - Atenção ao que tem em casa

Retire os cortinados inflamáveis e feche todas as persianas. Assim, evita a propagação do incêndio para o interior da casa. Para além disso, Duarte Caldeira afirma que as pessoas "devem evitar ter à volta das suas habitações matéria combustível".

5 - Use água

Molhe de forma abundante as paredes e os arbustos que rodeiam a casa. Deste modo, irá arrefecer a casa.

"Procurar efetivamente molhar o mais possível a zona envolvente da casa, o próprio edifício e as paredes porque, evidentemente, nas proximidades das chamas, se estiver molhado e não alimentar o combustível, estará mais defendido", diz o especialista.

6 - Não resista

Saia de casa se as autoridades ordenarem a evacuação. Esta medida só deve ser tomada caso exista perigo de vida.

7 - Ajude os mais vulneráveis

Em caso de evacuação, não se esqueça do grupo de pessoas mais vulneráveis: crianças, idosos e deficientes. Para Duarte Caldeira, esta "é uma atitude civilizacional". "Nós não devemos apenas cuidar de nós próprios, nós somos obrigados a cuidar dos outros que connosco partilham, sejam familiares ou não (...) ninguém pode demitir-se das suas responsabilidades de cidadania".

8 - Aguardar pelo regresso

Depois da evacuação, jamais volte atrás até ordem em contrário, porque, segundo Ricardo Ribeiro, presidente da Associação de Técnicos de Segurança e Proteção Civil (Asprocivil), "quem não está habilitado a ter uma relação de trabalho com o incêndio, como é o caso dos bombeiros, não se deve expor". 

9 - Solte os animais

Os animais nunca devem estar acorrentados, mas, se for o caso, solte-os, terão assim maior hipótese de fugir.

10 - Respire através de roupa molhada

Desta forma, evita a inalação de fumo e possível intoxicação.

11 - Andar ao contrário do vento

Dirija-se sempre na direção contrária à do vento, para evitar ficar cercado pelo fogo.

12 - Procure locais com água

As piscinas ou tanques são zonas potencialmente mais seguras. Os locais com água oferecem sempre uma maior proteção contra o fogo.

13 - Deixe tudo para trás

Não perca tempo a recolher objetos pessoais desnecessários. Em primeiro lugar está a vida humana, os bens pessoais são substituíveis.

14 - A melhor posição

Fique agachado para respirar junto ao chão, evitando inalar fumo. Se possível, coloque um lenço molhado a cobrir o nariz e a boca. Este conselho é reforçado por Ricardo Ribeiro, que afirma que deve " manter-se no piso mais baixo da habitação e com a cabeça o mais baixo possível".

15 - O melhor abrigo

Refugie-se numa zona com água ou com pouca vegetação. Estas são consideradas as zonas mais seguras no exterior da habitação.

Imagem: Autoridade Nacional da Proteção Civil

O exemplo de Pedrógão

Tal como aconteceu em muitos casos no incêndio de Pedrógão Grande, que vitimou 64 pessoas, o primeiro instinto parece ser fugir do fogo. No entanto, esta nem sempre é a melhor opção. 

Segundo Ricardo Ribeiro, presidente da Associação de Técnicos de Segurança e Proteção Civil (Asprocivil), em declarações à Lusa, em caso de incêndio florestal, pegar no carro “é a pior coisa".

"A verdade é que, quando tentamos fugir de carro, como aconteceu na estrada EN236, as pessoas entram numa área abrangida por fumos que alteram o funcionamento do veículo, assim como provocam a intoxicação por inalação”.

A prevenção

Quanto às medidas de prevenção, Ricardo Ribeiro afirma que, antes dos incêndios, devem ser cumpridas regras obrigatórias por lei.

Deve fazer-se uma limpeza de 50 metros à volta da casa, retirando a capacidade de ignição e propagação do incêndio (mato e ervas), e garantir também que as copas das árvores não estão a menos de cinco metros da casa e que, entre elas, haja pelo menos quatro metros de distância.

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