Moradores já se tinham queixado à Câmara da instabilidade das árvores - TVI

Moradores já se tinham queixado à Câmara da instabilidade das árvores

Em março deste ano já tinha caído um galho de grande porte no mesmo local, que, apenas por sorte, não atingiu ninguém

Há muito que os moradores da freguesia do Monte, no Funchal, se queixavam da instabilidade das árvores do Largo da Fonte, onde esta terça-feira a queda de uma árvore provocou 13 mortos e 50 feridos. De resto, em março deste ano, já tinha caído um galho de grande porte no mesmo local, que, apenas por sorte, não atingiu ninguém.

Os residentes do Monte contaram à TVI que, naquele largo, há várias árvores presas por cabos de aço, que não oferecem condições de segurança para quem ali vive ou passeia. 

Os moradores dizem que, por causa disso, apresentaram várias queixas à Câmara do Funchal, quer no tempo em que o atual presidente do governo regional, Miguel Albuquerque, chefiava a autarquia, quer já com Paulo Cafôfo, o agora presidente da câmara. 

"De há dez anos para cá e por diversas vezes têm caído galhos de grandes dimensões destas árvores. As árvores estão presas por cabos de aço. Quer na anterior vereação de Miguel Albuquerque, com o vereador Costa Neves, quer na atual, de Paulo Cafôfo, foram apresentadas várias queixas", sublinhou uma moradora à TVI.

Há cinco meses, um galho de grande porte caiu naquele mesmo largo, provocando vários estragos, e, mesmo assim, não foram tomadas providências, como sublinhou outro residente, em declarações à TVI.

Ainda está ali o galho, partiu umas telhas, enfim fez aí uns estragos. (…) E não se tomaram providências.”

O galho caiu em março, junto a um café onde estavam algumas pessoas e que, por sorte, não foram atingidas, como contra o Funchal Notícias. Na altura, os moradores deixaram o alerta de que "um dias destes", ainda ia haver "uma desgraça".

Há uns trinta anos caiu uma árvore no Café do Parque e há cerca de 14 caiu um galho grande que destruiu parte da varanda. Em agosto passado, caiu outro galho dentro de casa e o cúmulo dos cúmulos é que há aqui uma árvore, que estava na iminência de cair, mas que foi presa por dois cabos de aço, que correm o risco de rebentar e, então sim, se isso acontecer, poderá resultar numa tragédia se apanhar alguém”, afirmou António Mendonça, ao Funchal Notícias.

E a tragédia aconteceu mesmo. Em plena romaria da Nossa Senhora do Monte, quando o largo estava cheio de pessoas. Mas por ironia do destino, a árvore que caiu não era nenhum dos plátanos em risco de queda. Foi, sim, um carvalho erguido na encosta, que estaria a servir de suporte a um cabo de aço ligado a um dos plátanos.

Antes, já se tinham registado outros incidentes, como lembrou uma testemunha citada pelo jornal: há 30 anos houve a queda de uma árvore e há cerca de 14 um galho destruiu parte de uma varanda.

Questionado pelos jornalistas sobre os alertas dos populares, o presidente do governo regional e antigo autarca do Funchal, Miguel Albuquerque, deu uma resposta pouco assertiva. Disse que o momento era "emocional", frisando, porém, que "cumpriu as suas obrigações".

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