Mau tempo faz estragos em vários pontos do país - TVI

Mau tempo faz estragos em vários pontos do país

  • Redação
  • AM - Notícia atualizada às 21:21
  • 12 fev 2016, 17:27

Subida de rios e risco de derrocadas colocam várias cidades sob aviso. Esta sexta-feira, quatro distritos estão em aviso laranja por causa das chuvas fortes e da agitação marítima

O mau tempo obrigou hoje ao corte de várias estradas em Águeda, devido à subida das águas do rio que atravessa a cidade e cujo caudal está a bater recordes, disse o vice-presidente da Câmara local, Jorge Almeida (PS).

Estamos numa situação de grande cheia. Os instrumentos de medição que temos nos afluentes do rio Águeda dão-nos conta que estamos perante números que são recorde desde que esses instrumentos estão instalados", disse à Lusa Jorge Almeida.

Segundo o autarca, neste momento há muitas vias de comunicação cortadas, mas não há danos humanos a lamentar.

Temos algumas ruas na cidade que estão com o trânsito interrompido e na periferia de Águeda temos também um conjunto de estradas que estão inundadas e que tornam extraordinariamente difícil a circulação", adiantou.

De acordo com o autarca, registou-se ainda a derrocada de algumas barreiras.

A quantidade de água que caiu tem sido uma coisa inusitada e os terrenos encharcados fazem com que, sobretudo na zona mais serrana, tenhamos muitos desprendimentos de barreiras que estão a condicionar fortemente algumas estradas", referiu Jorge Almeida.

O vice-presidente da Câmara de Águeda referiu ainda que todo o sistema de proteção civil municipal está na rua a tentar dar resposta às situações mais urgentes.

 

Derrocadas condicionam estradas

 

O mau tempo provocou alguns deslizamentos de terras para a Estrada Nacional 108 (EN 108), entre a Régua e Mesão Frio, que se encontra com trânsito alternado para automóveis e cortado a veículos pesados, disse a GNR.

Fonte da GNR de Peso da Régua, distrito de Vila Real, explicou à agência Lusa que a chuva intensa que está a cair hoje na região provocou algumas derrocadas entre os quilómetros 101 e 106 da EN108, com a situação mais preocupante a verificar-se ao quilómetro 103, onde a via se encontra cortada parcialmente. Ou seja, a circulação está a efetuar-se de forma alternada para os carros ligeiros. Os veículos pesados estão a ser desviados para o Itinerário Principal 4 (IPA), na zona de Amarante.

Também no Peso da Régua, a estrada municipal que liga Fontelas a Loureiro está cortada à circulação.

Foi ainda registada mais uma derrocada na vila de Santa Marta de Penaguião, ficando uma rua condicionada ao trânsito.

No terreno estão os operacionais da proteção civil a proceder à desobstrução das vias.

Já em Arcos de Valdevez, o mau tempo provocou uma derrocada de terras e pedra junto à Estrada Nacional 202 (EN202), entre Arcos de Valdevez e Soajo, estando o trânsito parcialmente cortado.

Segundo o vereador da Proteção Civil municipal, Olegário Gonçalves, a derrocada ocorreu cerca das 18:30 no lugar de Figueiredo, freguesia de Ázere, e não há vítimas.

De acordo com o vereador da Câmara de Arcos de Valdevez, um outro deslizamento de muros para a estrada municipal que serve a freguesia de Távora São Vicente provocou o "corte total" do trânsito, também sem causar vítimas.

Olegário Gonçalves adiantou que ao longo de todo o dia ocorreram "muitas pequenas derrocadas e deslizamento de terras em todo o concelho", apenas com danos materiais.

Têm estado envolvidos nas operações de desobstrução das vias os bombeiros locais e a Proteção Civil municipal, apoiados pela GNR.

 

Águas do rio podem invadir ruas de Ponte de Lima

 

O comandante dos bombeiros de Ponte de Lima disse à Lusa que o rio Lima poderá invadir, hoje ao fim do dia, as ruas da zona ribeirinha devido ao mau tempo e às descargas da barragem do Alto-Lindoso.

A barragem está a debitar cerca de 750 metros cúbicos de água por segundo e dentro de quatro horas podermos sentir o efeito dessas descargas no nível das águas do rio Lima que poderá galgar o paredão e invadir o Passeio 25 de abril e a Alameda de São João", afirmou Carlos Lima.

O comandante da corporação local adiantou que os comerciantes daquela zona ribeirinha da vila já foram aconselhados a tomar medidas de prevenção para evitar prejuízos.

Aconselhámos os comerciantes a estarem atentos e a acautelar os bens antes de fecharem os estabelecimentos comerciais porque a situação tende a agravar-se para o final do dia de hoje", adiantou Carlos Lima.

De acordo com aquele responsável nesta altura, "as águas do rio lima cobrem por completo o areal" da vila, "atingindo cerca de quatro metros de altura, mas não há danos a registar".

Contactado pela agência Lusa, o presidente da Câmara de Caminha, Miguel Alves disse que, em Vilar de Mouros, as águas do rio Coura "inundaram todo o recinto onde se realiza o festival e obrigaram ao corte de trânsito na ponte românica da freguesia, cobriram já mais de metade da porta da Capela de Santo Amaro situada na envolvente".

 

Vizela encerra duas pontes

 

A Câmara de Vizela anunciou hoje que encerrou à circulação rodoviárias e pedonal a Ponte Velha, sobre o rio Vizela, e a travessia para peões no Parque das Termas, devido ao mau tempo que se faz sentir há várias horas no concelho.

Tendo em atenção as condições climatéricas adversas, assim como o aumento do caudal do rio Vizela, informa-se que se encontra encerrada ao trânsito e acesso pedonal a Ponte Velha", lê-se num comunicado da autarquia.

Aquela infraestrutura faz a ligação entre as freguesias de Santo Adrião e Tagilde, através da rua de Lamelas.

A ponte encerrada no Parque das Termas, também sobre o rio Vizela, situa-se junto ao campo de ténis.

Segundo a autarquia, "estes condicionamentos serão estabelecidos por tempo indeterminado, até estarem asseguradas as condições para levantamento das referidas restrições".

A Câmara de Vizela alerta também, de acordo com a informação meteorológica, "para um agravamento das condições meteorológicas nos próximos dias".

 

Rio Lima à porta de restaurante emblemático de Ponte da Barca

 

Um restaurante emblemático de Ponte da Barca, situado junto ao rio Lima, "tem a água à porta" devido ao mau tempo e às descargas das barragens do Lindoso e Touvedo, disse hoje à Lusa o comandante dos bombeiros locais.

Alexandre Vieira adiantou que as águas do rio "estão a três centímetros de entrar no restaurante, o que deverá acontecer face à previsão de agravamento do mau tempo a partir das 18:00.

Alexandre Vieira adiantou que a proteção civil está "em estado de prontidão" e as barragens de Touvedo e Alto-Lindoso "estão a fazer uma gestão cuidada para não aumentar o débito do caudal", sendo que, nesta altura, "a barragem de Touvedo está a debitar 750 metros cúbicos de água por segundo e a do Alto-Lindoso cerca de 539 metros cúbicos de água por segundo".

O responsável adiantou que, além do restaurante, "não há habitações inundadas nas proximidades do rio", acrescentando que a população da zona ribeirinha "foi aconselhada a tomar medidas de prevenção e a permanecer vigilante".

 

Câmara de Gaia alerta para possibilidade de cheias do Douro

 

A Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia alerto para a “possibilidade de subida das águas do Douro até [ao] limite das estradas marginais”, estando, neste momento, os níveis do rio estabilizados, segundo a autoridade marítima.

Numa nota publicada na sua página, a autarquia remeteu para o aviso da Autoridade Nacional de Proteção Civil que alertou para a possibilidade de “inundações rápidas em zonas historicamente vulneráveis, mais prováveis nas bacias dos rios Minho, Lima, Cávado, Ave, Vouga, Douro e Mondego”.

Do lado do Porto, a Câmara Municipal publicou um texto na sua página, realçando que a Proteção Civil Municipal se encontra “a acompanhar o agravamento do estado do tempo na cidade do Porto, mas, de momento, não existe qualquer previsão de que a situação ocorrida no último mês de janeiro se possa vir a repetir”.

Vídeo: Porto sem registo de cheias

Contactado pela Lusa, fonte do Centro de Previsão e Prevenção de Cheias referiu que o caudal da barragem de Crestuma já é elevado e que o Postigo do Carvão, nível de referência na ribeira do Porto, “já tem cerca de meio metro de água”.

Por sua vez, fonte da Polícia Municipal indicou que a marginal da Foz do Porto está cortada na parte pedonal devido à forte ondulação, sendo previsível que a circulação rodoviária na via D. Carlos seja encerrada durante a noit.

"Neste momento [cerca das 20:40] só há corte na parte pedonal e estão a ser feitos alertas às pessoas por causa da agitação marítima. Durante a noite a circulação rodoviária da D. Carlos I poderá ter de ser cortada", disse à agência Lusa o comandante da Polícia Municipal do Porto, António Leitão da Silva.

No 'site' da câmara do Porto lê-se que a Proteção Civil Municipal está a "acompanhar o agravamento do estado do tempo na cidade".

Na mesma nota a autarquia refere que "os cálculos das autoridades apontam para ondulação de noroeste com cinco a sete metros, podendo atingir 10 a 12 metros de altura máxima".

 

Entrada sul de Estarreja cortada ao trânsito

 

A subida das águas no vale do Antuã levou hoje ao corte dos acessos sul à cidade de Estarreja, disse o presidente da Câmara local, Diamantino Sabina (PSD/CDS).

Em declarações à agência Lusa, o autarca disse que, neste momento, estão cortadas ao trânsito a rua Manuel Marques Figueira (antiga rua Vale do Antuã) e a ponte do Antuã, a partir da rotunda do hospital.

Assim, quem pretender entrar na cidade de Estarreja terá de o fazer pela parte norte, utilizando as autoestradas (A1 ou A29) ou a Estrada Nacional nº.1.

Nunca vi tanta água em Estarreja, desde há muitos anos, e tivemos de recorrer a este barramento de estradas, por causa da segurança dos automobilistas e de quem por ali transita", adiantou o autarca.

Diamantino Sabina, que também é o responsável pela Proteção Civil Municipal, referiu que não se prevê quando é que estes acessos serão reabertos ao trânsito.

Neste momento a situação só tende a piorar, porque a preia-mar será por volta das 8:00. Portanto, não temos melhoras tão cedo", adiantou.

 

Comerciantes de Amarante aconselhados a retirar bens das lojas

 

A Proteção Civil de Amarante aconselhou os comerciantes da baixa da cidade a retirarem os seus haveres dos estabelecimentos, para precaver uma eventual subida do Tâmega, cujo caudal já inundou as caves mais baixas.

O comandante operacional Hélder Ferreira disse à Lusa que, por "uma questão de prevenção", foi dada esta indicação aos comerciantes, sobretudo da Rua 31 de janeiro, e alguns deles seguiram a recomendação.

As previsões para as próximas horas apontam para muita precipitação, por isso estamos de prevenção", afirmou, frisando que os bombeiros estão a monitorizar a situação e os meios estão no terreno.

O caudal do rio está a cerca de 40 centímetros de atingir a praceta mais baixa da cidade, acrescentou, ao início da noite.

No dia 10 de janeiro, o Tâmega chegou às zonas mais baixas da área urbana, provocando danos materiais em vários estabelecimentos.

 

Linha da Beira Alta cortada em Mortágua

 

O mau tempo obrigou a que a circulação ferroviária tivesse sido cortada na Linha da Beira Alta, no concelho de Mortágua, informou fonte do Centro Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Viseu.

De acordo com a fonte, as fortes chuvas obrigaram a que a circulação na linha da Beira Alta tivesse sido interrompida perto das 16:00, no concelho de Mortágua, distrito de Viseu.

Não há qualquer tipo de previsão para a sua reabertura", acrescentou, cerca das 19:00.

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) atualizou os alertas para o fim de semana e colocou quatro distritos em aviso laranja esta sexta-feira por causa das chuvas fortes e da agitação marítima.

De acordo com a informação disponibilizada pelo IPMA, os distritos do Porto, Viana do Castelo, Aveiro e Braga estão sob aviso laranja.

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